Dois ativistas ambientais atiraram neste domingo (28) sopa contra o vidro blindado que protege a Mona Lisa, no Louvre, em Paris, justificando a sua ação com o desejo de promover “o direito a uma alimentação saudável e sustentável”.
O quadro mais famoso do mundo, de Leonardo Da Vinci, está exposto atrás de um vidro protetor desde 2005 e já foi alvo de vandalismo em várias ocasiões. Em maio de 2022, por exemplo, foi alvo de uma torta de creme.
Num vídeo publicado nas redes sociais, duas mulheres com as palavras Food Riposte (Resposta Alimentar) escritas nas suas camisetas são vistas passando por baixo de uma barreira de segurança para se aproximarem do quadro e atirar sopa ao vidro que protege a obra-prima de Leonardo da Vinci.
“O que é que é mais importante?”, gritavam. “A arte ou o direito a uma alimentação saudável e sustentável?”
“O nosso sistema agrícola está doente. Os nossos agricultores estão morrendo no trabalho”, acrescentaram.
Os funcionários do Louvre colocaram painéis em frente à Mona Lisa e pediram aos visitantes que saíssem da sala.
Em sua página na internet, o grupo Food Riposte afirma que o governo francês viola os seus compromissos em matéria de clima e apela à criação de um sistema de saúde equivalente ao estatal, para que as pessoas tenham melhor acesso a alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, para que os agricultores tenham um rendimento decente.
Há dias que os agricultores franceses utilizam os seus tratores para bloquear as estradas e abrandar o trânsito em toda a França, em busca de uma melhor remuneração para os seus produtos, menos burocracia e proteção contra as importações.
Também despejaram resíduos agrícolas às portas dos gabinetes governamentais.
Na sexta-feira (26), o governo anunciou uma série de medidas que, segundo os agricultores, não satisfazem plenamente as suas reivindicações, que incluem a “simplificação drástica” de certos procedimentos técnicos e o fim progressivo dos impostos sobre o gasóleo para os veículos agrícolas.
Alguns agricultores ameaçaram se reunir para Paris, a partir de segunda-feira (29), para bloquear as principais estradas que conduzem à capital.
O novo primeiro-ministro, Gabriel Attal, visitou hoje uma propriedade rural, na região central de Indre-et-Loire, e reconheceu que os agricultores estão numa posição difícil.
“Por um lado dizemos ‘precisamos de qualidade’ e por outro lado ‘queremos preços cada vez mais baixos'”, disse, considerando que é necessário “encontrar soluções a curto, médio e longo prazo”.
Attal disse ainda que o seu governo avalia medidas “adicionais” contra o que chamou de “concorrência desleal” de outros países que têm regras de produção diferentes.
*Com informações da Agência Lusa
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