Pesquisa AtlasIntel aponta que a maior parte da população acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo perseguido injustamente, mas que ele planejou um golpe de Estado e que deverá ser preso. A coleta foi feita após a operação de quinta-feira (8), com 1.615 participantes e tem margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O nível de confiança é de 95%.
Quando questionados se as investigações judiciais sobre Jair Bolsonaro constituem uma perseguição política, 42,2% respondem que ele está sendo perseguido injustamente. Já 40,5%, dizem que Bolsonaro não está sendo perseguido injustamente. Na sondagem há ainda uma pergunta se “independente da sua avaliação sobre a culpabilidade do ex-presidente, você acredita que Jair Bolsonaro será preso este ano?”
Ao todo, 38,2% responderam acreditar que ele será preso, enquanto 25,5% disseram que ele não será. Já 36,4% dos participantes disseram não saber.
A AtlasIntel também perguntou se as buscas da Polícia Federal (PF) que identificaram uma carta em que Bolsonaro planejava declarar Estado de Sítio depois da organização do 2º turno das eleições presidenciais comprova o planejamento de um golpe de Estado. Para 46,5% a resposta foi sim, enquanto para 36,8%, não. Já 16,6%, responderam não saber.
Confiança no Judiciário
A pesquisa da AtlasIntel inédita analisou ainda a confiança no Judiciário, com resultado negativo para o Poder. A maioria dos entrevistados, 50,9%, disse não confiar “no trabalho e nos ministros do Supremo Tribunal Federal”. Em janeiro, esse índice era de 44%. Por outro lado, 42,3% disseram confiar. Em janeiro, 45% deram essa resposta.
SIGILO
Na já histórica reunião de 5 de julho de 2022, o então ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner do Rosário, se preocupou com eventuais registros do encontro. Antes de afirmar que as urnas não são seguras, o ex-ministro perguntou: “A reunião está sendo gravada? Está sendo gravada, presidente?”. Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, negou a gravação da reunião. Bolsonaro, então, afirmou que determinou apenas a gravação de uma de suas falas: “Não, eu mandei gravar a minha fala”, afirmou o ex-presidente. Em outro trecho, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, um dos alvos da operação de quinta-feira, pediu aos colegas que “os detalhes fiquem entre a gente nessa reunião”.
PLANO B
O então presidente Jair Bolsonaro afirmou a ministros, na reunião de 5 de julho de 2022, que o governo teria que colocar um “plano B em prática” naquele momento em relação às eleições presidenciais que ocorreriam em outubro. “Só para gente prestar atenção. […] A fotografia que pintar no dia 2 de outubro acabou, porra! Quer mais claro do que isso? Nós estamos fazendo a coisa certa, mas o plano B tem que ser colocado em prática agora”, afirmou Bolsonaro.
VIAGENS
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) identificou que o Ministério da Igualdade Racial (MIR) tem frequentemente descumprido uma instrução normativa que estipula a compra de passagens aéreas com antecedência, resultando em um aumento nos gastos públicos da pasta com viagens. A análise revelou que aproximadamente 97% das passagens foram adquiridas de última hora pelo ministério liderado por Anielle Franco. Essa prática tem contribuído para o aumento das despesas.
PREVENTIVA
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva (ou seja, por tempo indeterminado) do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A defesa do político argumentou que não havia um “fato relevante” justificando a prisão e que a descoberta de uma pepita de ouro, supostamente extraída de um garimpo ilegal, não constituía crime. Valdemar não estava sujeito a um mandado de prisão durante a operação Tempus Veritatis, mas foi detido em flagrante por posse ilegal de ouro e uma arma.
LADRÃO
A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por ter chamado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “ladrão” durante a Cúpula Transatlântica da ONU, em novembro de 2023. O caso foi encaminhado ao ministro Luiz Fux. A PF fez a solicitação com base em um pedido de Lula, que apontou “a prática do crime de injúria (art. 140 do Código Penal)” na fala.
RESPOSTA
O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, publicou nesta sexta-feira, dia 9, um texto no qual afirma não se iludir nem com “aqueles que julgava amigos e foram derrotados pelas suas ambições”. O brigadeiro Baptista Júnior foi alvo de críticas do ex-ministro e general Braga Netto em conversas de WhatsApp obtidas pela Polícia Federal e reproduzidas na decisão de quinta-feira, dia 8, do ministro Alexandre de Moraes. “Senta o pau no Batista Junior [sic]. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feitas [sic], e ele fechado nas mordomias”, escreveu Braga Netto, segundo a PF. “Traidor da pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família.”
AgoraRN