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Flores colocadas ao lado de uma foto do líder da oposição russa Alexei Navalny no monumento às vítimas da repressão política, em São Petersburgo, Rússia, após a morte de Navalny 
16/02/2024
REUTERS/Stringer
© Reuters/Stringer

A mãe do ativista político Alexei Navalny, Lyoudmila, está sendo impedida de ter acesso ao corpo. Também os advogados da família foram expulsos do necrotério onde está o corpo do principal opositor do presidente russo, Vladimir Putin. A informação foi dada nesta segunda-feira (19) pela porta-voz da equipe de Navalny, acrescentando que os investigadores russos ainda não apuraram as causas da morte. As autoridades russas vão prolongar a fase de inquérito.

De acordo com a RTP em Moscou, apesar de circularem nas redes sociais imagens do suposto transporte do corpo, ainda não há certeza sobre a sua localização. 

A emissora acrescenta que mais de 400 pessoas foram detidas nos últimos dois dias em território russo.

A polícia tenta impedir homenagens a Alexei Navalny, no espaço público e retira as flores que muitos deixam em homenagem a ele. A morte do ativista aumenta a repressão no país.

O chefe da diplomacia europeia, Joseph Borrell, anunciou hoje que o regime de sanções para violações dos direitos humanos vai ser renomeado para homenagear Alexei Navalny, que morreu na sexta-feira (17).

“É necessário enviar mensagem de apoio à oposição russa” e à população que “continua a viver com medo”, disse Borrell, à entrada de uma reunião dos ministros do bloco com a diplomacia da União Europeia (UE), em Bruxelas.

O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros anunciou que vai ser apresentada, durante o encontro, proposta para renomear o regime de sanções.

“Para lhe prestar homenagem e honrar a sua memória vamos [a Comissão Europeia] propor aos ministros renomear o regime de sanções sobre direitos humanos com o seu nome e chamar-lhe `Regime de Sanções sobre os Direitos Humanos Navalny`, a fim de que esteja para sempre escrito no trabalho da UE a defender os direitos humanos”, afirmou.

Alexei Navalny morreu na sexta-feira passada e, pelo terceiro dia, as autoridades russas negaram o acesso da família ao corpo. A mãe do opositor de Putin foi impedida de entrar e o advogado teria sido “literalmente empurrado” do edifício onde se localiza o necrotério, informou a porta-voz de Navalny, 

“A mãe de Alexei e os seus advogados chegaram ao necrotério na manhã de hoje. Não foram autorizados a entrar. Um dos advogados foi literalmente empurrado para fora”, escreveu Kira Iarmich, nas redes sociais.

“Quando perguntaram à equipe se o corpo de Alexei estava lá, não respondeu”, disse.

No sábado, a mãe de Navalny, Lyoudmila Navalny, foi para remota colônia penal, na região de Yamal, no Ártico, com um advogado. Eles foram informados que o líder da oposição russa teria morrido de “síndrome de morte súbita”, um termo vago para diferentes condições cardíacas que terminam em morte.

As causas da morte ainda não foram oficialmente determinadas pelas autoridades russas.

A comissão de investigação informou à mãe e aos advogados que a investigação foi prorrogada. “Não dizem quanto tempo vai demorar”, declarou Iarmich, repetindo que as causas da morte ainda são “desconhecidas”. “Eles mentem, ganham tempo e nem escondem isso”, disse.

Alexei Navalny morreu subitamente, na última sexta-feira, na prisão onde cumpria 19 anos de pena. Segundo o serviço penitenciário federal da Rússia, o ativista teria se sentido mal após uma caminhada e perdido a consciência.

Navalny estava preso desde janeiro de 2021, quando regressou a Moscou após ter se recuperado na Alemanha de um envenenamento, que atribuiu ao Kremlin. Foi condenado a três penas de prisão desde a detenção, por uma série de acusações que rejeitou, alegando que tinham motivações políticas.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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