Um comboio das Nações Unidas que transportava alimentos vitais foi atingido, no dia 5 de fevereiro, no centro de Gaza, a fim de impedir que seguisse para o norte, a parte do território onde milhares de palestinos estão à beira da fome e a insegurança alimentar atingiu estado extremamente crítico, de acordo com apuração da CNN.
As forças israelenses dispararam contra o comboio da UNRWA, a maior agência de ajuda humanitária em Gaza. Os veículos estavam parados num ponto de detenção das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), depois de ter sido acertada uma rota pelos dois lados, antes do ataque, segundo o relatório interno de incidentes compilados pela UNRWA.
Apesar de ninguém ter ficado ferido, foi destruída a mercadoria de um dos dez caminhões que transportavam comida, especialmente farinha de trigo, absolutamente necessária para fazer pão e salvar milhares de palestinos da fome.
“Um comboio que transportava alimentos ia para a parte norte da Faixa de Gaza. Esse comboio, que se dirigia para o que chamamos zonas intermediárias, foi atingido. Um dos caminhões que transportava mantimentos foi atingido por fogo naval israelense”, disse Juliette Touma, porta-voz da UNRWA..
O diretor da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), Tom White, divulgou na rede social X duas fotografias que mostram um caminhão com um buraco em uma das laterais.
Após análise das fotografias e de imagens de satélite, a CNN explica que o comboio que seguia pela estrada Al Rashid – que acompanha a orla costeira da Faixa de Gaza – foi atingido na parte lateral que estava virada para o mar, indicando munição procedente dessa direção.
Após o ataque, as Forças de Defesa de Israel disseram que estavam investigando o ocorrido e não quiseram comentar o incidente.
Desde então, a UNRWA decidiu suspender o envio de comboios com ajuda humanitária para o norte de Gaza. A última entrega de alimentos foi feita no dia 23 de janeiro. Segundo a ONU, 51% das missões planejadas pela UNRWA e os parceiros humanitários para entregar ajuda no norte do enclave tiveram acesso negado pelas autoridades israelenses.
As Nações Unidas estimam que 300 mil pessoas continuam a viver ao norte de Wadi Gaza, faixa que divide o território e onde cerca de 16,2% das crianças já foram diagnosticadas com destrunição aguada, acima do limiar considerado crítico, de acordo com a ONU.
A situação humanitária em Gaza está cada vez pior com o aumento da ofensiva militar israelense. Os entraves à entrada de ajuda têm se multiplicado à mesma velocidade que milhares de pessoas morrem à fome, desde a iminente perda de financiamento da UNRWA ou a perseguição de trabalhadores humanitários.
Após o escândalo, no qual é acusada por Israel de “colaborar com o Hamas”, a UNRWA está em risco de perder o financiamento e, consequentemente, a capacidade de fazer chegar alimentação, água e medicamentos aos milhões de deslocados que tentam sobreviver na Faixa de Gaza e dependem dessa ajuda para sobreviver.
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Agência Brasil