O Ministério da Saúde do Hamas divulgou nesta quinta-feira (29) que o número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassou 30 mil desde o início do conflito com Israel, em 7 de outubro. De acordo com um comunicado emitido pelo grupo, foram registradas pelo menos 79 novas mortes em ataques noturnos israelenses do dia 28 para 29.
O levantamento não distingue entre mortes de civis e de membros do Hamas e de outros grupos considerados terroristas.
Este anúncio ocorre em um momento em que os principais mediadores do conflito, os Estados Unidos e o Catar, expressam esperança em alcançar uma trégua que possibilite a libertação dos reféns detidos em Gaza antes do início do Ramadã, o mês sagrado do jejum muçulmano. A ONU caracterizou o conflito como transformador do território palestino em uma “zona de morte” e já é, de longe, o mais mortal dos cinco confrontos entre Israel e o Hamas desde que este último assumiu o poder em Gaza, em 2007.
Os bombardeios israelenses devastaram bairros inteiros e obrigaram 1,7 milhão de palestinos – de uma população total de 2,4 milhões – a deixarem suas residências, conforme relatado pelo grupo que controla o território.
“Para mim, isto é genocídio. Quem bombardeia um prédio com residentes, especialmente civis, crianças e mulheres?”, questionou Jihad Salha, um palestino deslocado encontrado pela AFP em um campo improvisado em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
O conflito teve início em 7 de outubro, após combatentes do Hamas realizarem um ataque sem precedentes no sul de Israel, causando a morte de 1.404 pessoas.
Israel retaliou prometendo erradicar o Hamas, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, após o sequestro de cerca de 250 pessoas, resultando em 130 reféns ainda detidos, dos quais 31 teriam falecido, segundo Israel. Em novembro, 105 reféns foram libertados em troca de 240 prisioneiros palestinos, durante a única trégua negociada até então.
Após uma campanha de bombardeios por terra, mar e ar, o Exército israelense lançou uma ofensiva terrestre em 27 de outubro no norte do território palestino, sofrendo a perda de 242 soldados desde então.
AgoraRN