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A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte vai homenagear a poetisa potiguar, Auta de Souza, com a exposição: “Auta para Todos”, que acontecerá neste mês de abril no Salão Nobre da Casa. O lançamento oficial será na segunda-feira 8, e contará com a presença de familiares da homenageada e de convidados.

A exposição seguirá até o dia 19 aberta ao público que deseje conhecer mais sobre a poetisa, que nasceu na cidade de Macaíba em 1876. Sob organização do Núcleo Historiográfico da Cultura Potiguar Presidente Café Filho, que faz parte do Memorial do Legislativo Potiguar, “Auta para Todos” utilizará Inteligência Artificial para dar vida e voz à homenageada.

“Teremos banners com QRcodes, que levarão a aplicativos, a partir deles a voz de uma atriz que já interpretou Auta de Souza em monólogos declamará poemas dela”, explicou o chefe do Núcleo, o jornalista Alexandre Gurgel. Pela primeira vez estarão reunidos no Salão Nobre da ALRN objetos pessoais e imagens raras da poetisa e de seus familiares, obras literárias e musicadas que homenageiam a potiguar.

Na mostra irão constar exemplares das tiragens do Horto editadas, incluindo o exemplar que se sabe existir no RN da primeira edição, impressa em 1900, além da mais nova impressão em fac-símile. “Ao todo serão três manuscritos que jamais foram reunidos em uma única exposição. Teremos também objetos pessoais, como terço, guarda-chuva, broches, louças que pertenceram a ela”, disse Alexandre Gurgel, que também é curador do projeto.

Os visitantes receberão gratuitamente um catálogo da mostra com informações e imagens de todos os itens que estarão expostos. “Foi tudo feito com zelo, dedicação e respeito. Esse vasto e riquíssimo material estava guardado e agora o acervo chega a todos os potiguares”, ressaltou ele.

Para Alexandre Gurgel, é importante que os potiguares tenham acesso à história. “É uma prerrogativa da Assembleia promover cultura aliada à educação, porque os jovens estudantes, por exemplo, precisam conhecer o estado. É fundamental que eles conheçam Auta de Souza, Câmara Cascudo, Augusto Severo, enfim, todas as personalidades que tiveram destaque no RN”.

“Nada disso estaria se tornando possível se não fosse a visão do presidente da Casa, Ezequiel Ferreira, em ter as atenções voltadas à nossa cultura e nossa história. Com essa iniciativa de valorizar a história, essa cultura tão importante do Rio Grande do Norte, do povo potiguar, da nossa literatura, a gestão tem dado impulsionamento a esses eventos. É fundamental levar cultura para as novas gerações, para pesquisadores, estudiosos e professores”, pontuou.

O Memorial do Legislativo destaca as parcerias que contribuíram com a reunião do acervo: o Complexo de Ensino Noilde Ramalho (EDHC), através dos seus dirigentes; a sobrinha neta da homenageada, Maria Lúcia Zarzar, o historiador Anderson Tavares de Lyra; o instituto Auta de Souza, através do seu idealizador, Carlos Castim, que cederam ao Legislativo o rico acervo.

Auta de Souza

Auta de Souza escrevia poemas românticos de influência simbolística. Ainda criança ficou órfã dos pais e, aos 14 anos, foi diagnosticada com tuberculose tendo que parar seus estudos, por um período. Foi professora de catecismo em em sua cidade natal e escreveu versos religiosos.

Aos 16 anos, participava de encontros em uma associação de amigos, onde se recitavam poemas de diversos autores, incluindo Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Castro Alves, Junqueira Freire, além de poetas potiguares como Lourival Açucena, Areias Bajão e Segundo Wanderley.

O impedimento de seu namoro com o promotor público João Leopoldo da Silva, que faleceu em decorrência da tuberculose, foi um dos elementos marcantes em sua vida, refletindo-se em sua obra, juntamente com a perda dos pais, sua religiosidade e a morte de seu irmão pelo mesmo mal.

Todas as suas inquietudes foram colocadas na obra da autora intitulada “Horto”, que tem o prefácio assinado pelo poeta Olavo Bilac.

Auta de Souza morreu aos 24 anos, em 1901, vítima da tuberculose. Foi sepultada no cemitério do Alecrim, em Natal, e em 1904 seus restos mortais foram transportados para o jazigo da família, na parede da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba.

AgoraRN

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