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People stand near a banner with a picture of the late Iran's President Ebrahim Raisi on a street in Tehran, Iran May 20, 2024. Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY
© REUTERS/Majid Asgaripour/WANA

Cerca de 80 iranianos registraram a candidatura para as eleições presidenciais que serão realizadas em 28 de junho após a morte do presidente Ebrahim Raisi, em um acidente aéreo. Muitos deles poderão ter a candidatura anulada até o início da campanha.

Personalidades de corrente ultraconservadora, moderados, diversos religiosos de segunda linha e quatro mulheres entraram na corrida, indicaram os veículos de comunicação oficiais nessa segunda-feira, último dia para a apresentação de candidatos.

Mahmoud Ahmadinejad é o nome mais conhecido e, aos 67 anos, procura regressar ao cargo de presidente, que ocupou entre 2005 e 2013. Os seus dois mandatos consecutivos estão associados a declarações implacáveis sobre Israel e fortes tensões com o ocidente, sobretudo em torno do programa nuclear iraniano.

Dois outros veteranos da República islâmica estão na competição: Ali Larijani, ex-presidente do Parlamento e considerado moderado, e Said Jalili, antigo negociador ultraconservador do dossiê nuclear.

O presidente do município de Teerã, Alireza Zakani, o ex-governador do Banco Central, Abdolnasser Hemmati, e Eshaq Jahangiri, ex-primeiro-vice-presidente de Hassan Rouhani (na presidência entre 2013 e 2021) também apresentaram candidatura.

Nessa segunda-feira, um dos últimos a oficializar sua participação foi o presidente conservador do Parlamento, Mohammad-Baqer Qalibaf. Ele disse estar em condições de resolver “os problemas” que o Irã enfrenta, citando “a pobreza”, “as desigualdades”, o acesso à “internet” e as “sanções” impostas pelos Estados Unidos.

Mohammad Mokhber, presidente interino desde a morte de Raisi, não se declarou candidato.

A aceitação das candidaturas depende de autorização final proveniente do Conselho dos Guardas da Constituição, um órgão não eleito dominado pelos conservadores.

Os seus 12 membros – seis religiosos nomeados pelo guia supremo e seis juristas – vão decidir até 11 de junho quem está autorizado a entrar na campanha, que começará no dia seguinte.

Nas eleições de 2021, o conselho autorizou apenas sete das 592 candidaturas, eliminando numerosas personalidades reformistas e moderadas e permitindo folgada vitória de Ebrahim Raisi, candidato do campo conservador e ultraconservador.

Diante da situação, muitos eleitores optaram por não comparecer às sessões de votação, sendo notificada a mais baixa taxa de participação em eleições presidenciais (49%) desde a revolução islâmica de 1979.

Entre os candidatos que agora se apresentam, Ahmadinejad foi desclassificado nas eleições de 2017 e 2021, e Larijani em 2021.

Nenhuma mulher estava autorizada a candidatara-se desde o início da República islâmica, mas em 2021 o Conselho dos Guardas reverteu a decisão ao considerar não existir qualquer obstáculo jurídico.

Este ano, a antiga deputada Zohreh Elahian espera obter autorização após ter apresentado candidatura.

Física, de 56 anos, ela defende o uso obrigatório do véu islâmico para as mulheres e solidariza-se com a firmeza do governo face às manifestações durante o amplo movimento de protesto que abalou o país no final de 2022, após a morte de Masha Amini.

Mais três ex-deputadas estão na corrida, incluindo a reformadora Hamideh Zarabadi, que se apresentou ontem com um véu colorido.

Ao contrário da maioria dos países, o presidente não é o chefe de Estado, função antes atribuída ao guia supremo, atualmente o ayatollah Ali Khamenei, 85 anos e no cargo há 35.

O presidente desempenha, no entanto, função importante na direção do governo e de sua política, devido à inexistência do posto de primeiro-ministro.

Cinco dos oito presidentes desde 1979 eram provenientes dos círculos religiosos.

Para ser eleito à Presidência é necessário ter idade entre 40 e 75 anos, ter pelo menos um mestrado universitário e ser leal à República Islâmica.

Em discurso nessa segunda-feira, o ayatollah Khamenei pediu ampla participação nas eleições presidenciais, por se tratar de “assunto importante”.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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