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Palestinos fogem de Rafah em meio a operação militar de Israel
 7/6/2024   REUTERS/Hatem Khaled
© Hatem Khaled/direitos reservados

Sem nenhum sinal de progresso nos árduos esforços dos mediadores para alcançar um cessar-fogo em Gaza, tanques e aviões de guerra israelenses bombardearam as áreas central e sul do enclave durante a noite, matando pelo menos 23 palestinos, segundo médicos locais.

Mediadores de Egito e Catar, apoiados pelos Estados Unidos, tentam interromper as hostilidades, garantir a libertação de reféns israelenses e de palestinos presos em Israel e garantir entrega de ajuda à devastada Gaza para aliviar a crise humanitária. Mas fontes próximas às negociações disseram que ainda não há sinais de avanço.

Moradores afirmaram que os tanques israelenses avançaram mais para o oeste na cidade de Rafah, no sul, contornando a fronteira com o Egito, em meio a intensos tiroteios entre as tropas israelenses e os militantes palestinos liderados pelo Hamas.

Autoridades de saúde palestinas disseram que dois palestinos foram mortos e vários ficaram feridos no oeste de Rafah devido aos bombardeios dos tanques. Na região central de Gaza, os médicos palestinos disseram que pelo menos 15 pessoas morreram durante a noite em ataques israelenses.

De acordo com moradores, as forças blindadas que assumiram o controle ao longo da linha de fronteira de Rafah fizeram várias incursões no centro e no oeste da cidade, ferindo vários civis que estavam presos dentro de suas casas e foram pegos de surpresa.

Alguns moradores disseram que havia tanques em Al-Izba, uma área no extremo sudoeste de Rafah, perto da costa do Mediterrâneo.

“Acho que as forças de ocupação estão tentando chegar à área da praia de Rafah. As incursões e os bombardeios durante a noite foram táticos, eles entraram sob fogo pesado e depois recuaram”, afirmou um morador palestino à Reuters por meio de um aplicativo de mensagem.

“Foi uma das piores noites, algumas pessoas foram feridas dentro de suas casas, antes de serem retiradas esta manhã.”

Mais tarde na sexta-feira (7), um ataque aéreo israelense a uma casa na cidade de Khan Younis, ao Sul, matou seis pessoas e feriu várias, inclusive crianças, segundo médicos.

As forças israelenses também estavam operando dentro do campo de Al-Bureij, na região central da Faixa de Gaza, enquanto submetiam al-Maghazi e al-Nuseirat e a cidade adjacente de Deir al-Balah a um pesado bombardeio aéreo e de tanques, informaram os médicos palestinos.

Os braços armados do Hamas, da Jihad Islâmica e de grupos militantes menores disseram que seus combatentes realizaram ataques contra as forças israelenses em várias áreas do centro e do sul.

Em sua última atualização, os militares israelenses disseram ter matado “dezenas” de militantes, localizado mais túneis e destruído mais infraestrutura militante em operações contínuas em al-Bureij e Deir al-Balah, na região central de Gaza.

Israel descartou a possibilidade de paz até que o Hamas seja erradicado, e grande parte da Faixa de Gaza está em ruínas, mas o Hamas tem se mostrado resistente, com militantes ressurgindo para lutar em áreas onde as forças israelenses já haviam declarado tê-los derrotado e se retirado.

Na quinta-feira (6), Israel atingiu um prédio escolar de Gaza dizendo tratar-se de um ataque aéreo direcionado a até 30 combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica que estavam lá dentro, e uma autoridade do Hamas disse que 40 pessoas foram mortas, incluindo mulheres e crianças que estavam abrigadas no local da Organização das Nações Unidas.

As Forças Armadas de Israel disseram que identificaram nove dos 30 militantes que foram alvos do ataque. A agência de refugiados palestinos da ONU (UNRWA) afirmou que sua escola estava sendo usada como abrigo para 6 mil pessoas deslocadas na ocasião.

“É apenas mais um exemplo horrível do preço que os civis estão pagando, que homens, mulheres e crianças palestinos que estão apenas tentando sobreviver, sendo forçados a se deslocar em uma espécie de círculo da morte ao redor de Gaza, tentando encontrar segurança, estão pagando”, disse o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric.

Agência Brasil

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