A Suíça tem registrado aumento nos ataques cibernéticos e na desinformação durante a preparação para uma cúpula no fim de semana, que visa a criar um caminho para a paz na Ucrânia, informou o governo suíço nesta segunda-feira (10).
Noventa Estados e organizações se registraram para participar das discussões que serão realizadas em um resort perto da cidade de Lucerna, de 15 a 16 de junho, cerca de metade deles da América do Sul, Ásia, África e do Oriente Médio.
A Rússia não foi convidada, mas o governo suíço disse que as conversas têm como objetivo “definir conjuntamente um roteiro” sobre como envolver tanto a Rússia quanto a Ucrânia em um futuro processo de paz.
A presidente da Suíça, Viola Amherd, afirmou, em entrevista, que os ataques cibernéticos aumentaram nas últimas semanas. Ela foi questionada sobre como seu governo está lidando com os ataques pessoais contra ela na imprensa russa, que têm sido divulgados na Suíça.
“Não convocamos o embaixador”, declarou. “Preferi assim, porque a campanha de desinformação é tão extrema que se pode ver que pouco dela reflete a realidade.”
O ministro das Relações Exteriores suíço, Ignazio Cassis, disse que há claro “interesse” em abalar as negociações, mas evitou dizer quem está por trás dos ataques quando perguntado sobre o envolvimento da Rússia.
A Suíça concordou em sediar a cúpula a pedido do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e vem tentando angariar apoio entre os países que têm melhores relações com Moscou.
A Rússia tem descartado a cúpula, consuiderando-a perda de tempo. O país não foi convidado a participar, segundo a Suíça, porque sinalizou que não tinha interesse. Cassis reiterou, porém, que a Rússia deve fazer parte do processo de paz.
A ausência russa tem incentivado poderosos aliados de Moscou, como a China, a dizer que não há sentido em negociações de paz a menos que a Rússia e a Ucrânia participem. Isso tem reduzido as expectativas de qualquer tipo de avanço importante na Suíça.
A cúpula, no resort de Buergenstock, deve discutir temas de interesse internacional, como a necessidade de segurança nuclear e alimentar, liberdade de navegação, bem como questões humanitárias, como a troca de prisioneiros de guerra, disse Cassis.
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Agência Brasil