Pelo menos 25 palestinos, incluindo cinco jornalistas, morreram neste sábado (6) em vários ataques israelenses no campo de refugiados de Nuseirat e na cidade de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza.
Fontes médicas palestinas confirmaram pelo menos 25 mortos em ataques em vários locais do campo de Nuseirat, incluindo escolas da Agência das Nações Unidas para Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) em Deir al Balah, mas também nos campos de Bureij e Maghazi, todos no centro da Faixa de Gaza.
Dos seus ataques no centro, o Exército relatou apenas um a um lançador de foguetes localizado “perto de abrigos civis” na área de Deir al-Balah.
“A Força Aérea conduziu um ataque preciso contra o lançador e, antes do ataque, foram tomadas medidas para mitigar o risco de ferir civis, incluindo avisos à população na área, bem como avaliação de informações em tempo real”, disse o Exército.
Foram ainda confirmadas as mortes de pelo menos cinco jornalistas: Saadi Madoukh, Adeeb Sukkar, Amjad Al-Jahjouh e sua mulher, Wafa Abu Dabaan, e Rizq Abu Shakyan.
As equipes de salvamento encontraram dez corpos, incluindo sete irmãos, na residência de Abu Shakyan no campo de Nuseirat, onde mais de 270 pessoas foram mortas num único dia no mês passado, quando Israel efetuou o resgate de quatro reféns.
Até o momento, foram também encontrados dois corpos em Deir al-Balah, mas as equipes de emergência procuram outros nos escombros, após vários bombardeios a casas nessa cidade.
Veículos de comunicação da Palestina citam ataques aéreos e de artilharia em vários bairros da cidade de Gaza, incluindo Sheikh Ajlin, Tal al Hawa, Zaytun e Shujaiya, onde as tropas têm realizado nova ofensiva terrestre há mais de uma semana, em resposta ao regresso e reagrupamento do Hamas na região.
“No último dia, as tropas operaram contra células terroristas armadas e destruíram armas e infraestruturas terroristas subterrâneas e acima do solo em Shujaiya”, informa comunicado militar.
O Exército também informou sobre as suas “atividades operacionais baseadas em informações” em Rafah, a ponta sul do enclave na fronteira com o Egito, onde Israel lançou ofensiva terrestre em maio, quando havia 1,4 milhão de pessoas deslocadas na cidade, mais de metade de toda a população do enclave.
“Foram destruídas várias infraestruturas subterrâneas e confiscadas armas e equipamento militar. As células terroristas que constituíam ameaça perto das tropas foram eliminadas”, acrescenta o comunicado.
Desde o início da guerra, cerca de 38 mil habitantes de Gaza foram mortos em quase nove meses, mais de 70% mulheres e crianças, e mais de 87.700 ficaram feridos, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas.
O ministério, que não pôde atualizar os números nos últimos dois dias, informou hoje que, entre quinta e sexta-feira, 87 pessoas foram mortas e cerca de 260 ficaram feridas na Faixa de Gaza.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelense em 7 de outubro.
Após o ataque sem precedentes, Israel prometeu aniquilar o Hamas. Lançou no dia seguinte uma ofensiva militar em Gaza, que também destruiu significativamente as infraestruturas do enclave, de 2,3 milhões de habitantes.
Apenas um dia após os ataques e o início da ofensiva, o Hezbollah iniciou uma série de bombardeios com projéteis, mísseis e drones contra o norte de Israel a partir do Líbano, o que desencadeou confrontos que continuaram.
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Agência Brasil