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Mais de 40 pessoas foram detidas na Itália por fraude na obtenção de vistos de imigração, informaram a polícia e promotores nesta quarta-feira (10), semanas depois que a primeira-ministra Giorgia Meloni reclamou que grupos mafiosos estavam explorando o sistema para obter lucro.

Quarenta e quatro pessoas foram detidas, incluindo 13 na prisão, 24 em prisão domiciliar e sete sob custódia. Elas foram acusadas de vários crimes, como associação criminosa com o objetivo de favorecer a imigração ilegal, lavagem de dinheiro e faturamento falso.

Mais dez suspeitos foram proibidos de exercer atividades comerciais por 12 meses.

De acordo com declaração dos promotores da cidade de Salerno, no sul do país, perto de Nápoles, os suspeitos apresentaram pedidos de visto fraudulentos em nome de imigrantes, que precisam do patrocínio de empregadores para iniciar o processo.

Eles entraram com cerca de 2.500 pedidos a partir de 2020, “com base em dados inexistentes ou falsificados”, disseram os promotores, acrescentando que os imigrantes pagaram até 7.000 euros cada um para levar o processo adiante por meio de vários obstáculos burocráticos.

Bens no valor de cerca de 6 milhões de euros foram apreendidos como lucro dos supostos crimes, informaram ainda os promotores, indicando que alguns dos suspeitos acusados de lavagem de dinheiro estavam ligados à Camorra, a máfia de Nápoles e arredores.

Em entrevista, o procurador-chefe de Salerno, Giuseppe Borrelli, afirmou que as investigações foram aceleradas depois que Meloni, em junho, disse que havia relatado suas preocupações sobre possível fraude ao procurador nacional antimáfia.

Como parte de sua postura rígida em relação à imigração, o governo de Meloni tem aprovado uma série de medidas para conter a chegada de imigrantes ilegalmente, mas também tem expandido os canais para imigração legal em resposta à crescente escassez de mão de obra.

No ano passado, o governo aumentou as cotas de vistos de trabalho para cidadãos de fora da União Europeia para um total de 452 mil para o período de 2023-2025, uma alta de quase 150% em relação aos três anos anteriores. Em 2019, antes da pandemia de covid-19, a Itália emitiu apenas 30.850 vistos.

No mês passado, Meloni disse que uma quantidade desproporcional de solicitações de vistos tinha vindo da Campânia – a região economicamente deprimida que inclui Nápoles e sua máfia Camorra -, o que fez soar o alarme.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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