O Kremlin assegurou, nesta segunda-feira (19), que não negociará com a Ucrânia após a ofensiva lançada por Kiev há quase duas semanas na região fronteiriça russa de Kursk.
“Nesta fase, em face dessa aventura, não vamos discutir. Neste momento, seria completamente inapropriado iniciar um processo de negociação”, disse o conselheiro diplomático do presidente Vladimir Putin, Yuri Ushakov, em declarações ao meio de comunicação social russo Shot.
Mykhailo Podoliak, conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha dito na sexta-feira (16) que um dos objetivos da ofensiva na região de Kursk era forçar Moscou a negociações “justas”.
Embora tenha reiterado que Kiev não pretendia ocupar parte do território russo, ele também observou que, no caso de potenciais negociações, seria necessário encontrar uma forma de colocar a Rússia “do outro lado da mesa”.
Hoje, Zelensky insistiu na ideia de que um dos objetivos da incursão ucraniana em Kursk é criar uma zona tampão no território do país agressor.
“Neste momento, a principal tarefa das nossas ações defensivas é destruir o máximo possível do potencial russo, do seu potencial de guerra, e maximizar os nossos contra-ataques”, explicou Zelensky em seu mais recente discurso noturno.
“Isso inclui a criação de uma zona tampão no território do agressor – a nossa operação na região de Kursk”, reconheceu Zelensky.
O líder ucraniano argumentou que tudo o que inflige danos ao Exército, ao Estado, à defesa ou à economia da Federação Russa ajuda a Ucrânia a impedir a propagação da guerra e a por um fim, com “paz justa para a Ucrânia”.
No entanto, as negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscou a insistir na exigência de que a Ucrânia aceite a anexação de parte do seu território.
Volodymyr Zelensky disse que quer desenvolver até novembro – data das eleições presidenciais nos Estados Unidos – um plano que sirva de base para futura cúpula de paz, para a qual o Kremlin deve ser convidado.
*É proibida a reprodução deste conteúdo.
Agência Brasil