Servidores e adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de semiliberdade em Natal participaram de palestra da campanha de enfrentamento à violência contra mulheres, Agosto Lilás, na quinta-feira (29), na sede da Fundação de atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Norte (Fundase/RN).
O evento foi realizado pela Gerência de Articulação Interinstitucional (GAI) da Fundação em parceria com a Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (Semjidh) e a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
A subcoordenadora de Planejamento e Gestão da Semjidh, Ana Cláudia, deu exemplos de como o comportamento violento é perpetuada por diferentes gerações de homens: “Em uma casa que existe violência doméstica, a gente vê pais violentos e filhos reproduzindo aquele modelo masculino equivocado.”
“Se eu tenho direitos a uma vida livre de violência, quem está do meu lado também tem. Precisamos dizer que as mulheres têm direito à vida. A gente precisa romper com esse modelo violento e ter relações saudáveis”, completou, Ana Cláudia, ao alertar ainda sobre a gravidade das violências moral e psicológica: “Também machuca e é invisível, porque não está no corpo, mas está na alma.”
Os policiais militares Aurélio, Brenda e Leandro fizeram apresentação sobre o tema, com foco na atuação da Patrulha, com base na Lei Maria da Penha. Eles mostraram dados sobre a incidência desses crimes e um histórico dos direitos das mulheres no Brasil.
Também detalharam os tipos dessa violência: física, sexual, patrimonial, psicológica e moral; e como funciona o acompanhamento das medidas protetivas, o que ocorre quando há descumprimento da determinação judicial e detalhes sobre o uso da tornozeleira eletrônica e botão do pânico nesses casos.
Houve ainda espaço para debate, com perguntas dos participantes e respostas dos agentes de segurança.
“A campanha é fundamental não só para nós mulheres, que estamos todas vulneráveis a esse contexto de violência, mas para os homens refletirem sobre essa relação estabelecida culturalmente e reformularmos essas relações”, pontuou a diretora de Desenvolvimento Institucional da Fundase/RN, Sayonara Dias.