As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, estimaram em mais de 100 mil o número de crianças vacinadas contra a poliomielite no norte do enclave, durante a campanha lançada no início deste mês.
“As equipes médicas [associadas à Organização Mundial da Saúde, OMS] conseguiram vacinar 105.909 crianças em dois dias na cidade de Gaza e na província do norte”, afirmou o Ministério da Saúde em mensagem divulgada na conta da entidade no Facebook.
Nessa quarta-feira, as autoridades palestinas tinham estimado o número de crianças que receberam a primeira dose da vacina em cerca de 528 mil, lembrando que as equipes mantêm os esforços na campanha, apesar da agressão da ocupação na Faixa de Gaza e do grande perigo que enfrentam em seus deslocamentos entre os centros de vacinação”.
A campanha está sendo desenvolvida em três fases ao longo de vários dias. A primeira concentrou-se no centro do enclave, enquanto a segunda ocorreu no sul. Desta vez, as crianças palestinas do norte da Faixa de Gaza estão sendo vacinadas desde terça.
A OMS confirmou em agosto um caso de poliomielite num bebê de dez meses no centro do enclave, em plena ofensiva israelense, o primeiro caso registrado no território em 25 anos. O poliovírus foi detectado em amostras ambientais em Khan Younis e Deir el Balah.
O objetivo é evitar a propagação do poliovírus circulante, oriundo de uma estirpe vacinal do tipo 2 (cVDPV2). Duas gotas da vacina nVPO2 devem ser administradas com quatro semanas de intervalo.
Segundo a OMS, as vacinas, o equipamento da cadeia de frio e outros fornecimentos foram entregues segunda-feira no norte de Gaza, apesar de algumas dificuldades no transporte de combustível para os hospitais e para os veículos da campanha. Além disso, peritos responsáveis pelo controle da campanha foram, algumas vezes, barrados pelo Exército israelense.
No último dia 10, deste mês, um porta-voz da ONU, Jens Laerke, disse aos jornalistas que das 208 tentativas de acesso da organização ao norte da Faixa de Gaza em agosto, apenas 74 resultaram na entrega da ajuda prevista.
“Pelo menos 44 foram obstruídas, o que significa que foram bloqueadas ou atrasadas no terreno, levando ao cancelamento de algumas delas, enquanto 72 foram simplesmente recusadas”, disse Laerke, acrescentando que as outras foram canceladas pela ONU por razões logísticas, operacionais ou de segurança.
O ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas a Israel causou a morte de 1.205 pessoas, a maioria civis, de acordo com contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em grande escala em Gaza, que causou a morte de mais de 41 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
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Agência Brasil