Indígenas tupinambás e artistas circenses. Aparentemente, pouco em comum. Um encontro na Quinta da Boa Vista, parque municipal do Rio de Janeiro, mostrou que há muitas convergências. A arte, o lúdico, o lugar da ancestralidade e da família, o peso da cultura oral são alguns exemplos. Para aprofundar relações e interseções, eles fizeram nessa quarta-feira (11) apresentações recíprocas, um tipo de ritual para compartilhar saberes.
O circo se tornou, durante alguns dias, a casa de centenas de indígenas. Uma caravana com tupinambás veio de Olivença, litoral central da Bahia, para o Rio de Janeiro na semana passada, para celebrar o retorno do manto sagrado ao Brasil. E encontraram nos arredores das lonas coloridas um espaço para dormir, comer e cuidar da higiene pessoal. O evento foi um agradecimento e uma despedida. Nesta quinta-feira (12), depois da cerimônia final de recepção do manto no Museu Nacional, os indígenas vão retornar para a terra natal.
“Nossos antepassados eram levados daqui para a Europa e eram colocados em praças públicas. Eu não sei se em lugares semelhantes a circos também, mas para serem exibidos como objetos. E hoje, nós estamos no circo, mas em irmandade. Porque entendemos que os artistas transcendem. E nós somos povos que transcendemos também. E vocês nos receberam aqui, abriram as portas e os corações”, agradeceu Yakuy, uma das lideranças tupinambás, durante o evento.
“Nossos antepassados eram levados daqui para a Europa e eram colocados em praças públicas. Eu não sei se em lugares semelhantes a circos também, mas para serem exibidos como objetos. E hoje, nós estamos no circo, mas em irmandade. Porque entendemos que os artistas transcendem. E nós somos povos que transcendemos também. E vocês nos receberam aqui, abriram as portas e os corações”, agradeceu Yakuy, uma das lideranças tupinambás, durante o evento.
Uma mulher negra, com convicções fortes e defensora de pautas sociais. Uma artista, compositora e ativista que teve a vida marcada por dificuldades, mas também por muita disposição em levar adiante a vontade de se expressar de várias formas. Essa é Leci Brandão, que completa 80 anos nesta quinta-feira (12).
Quem conhece a cantora, atriz e deputada estadual Leci Brandão têm uma admiração profunda pela história de vida dela e pelo legado que essa história representa. Desde cedo, já demonstrava inspirações artísticas.
Gostava de samba e se divertia quando ia para a casa da madrinha no Morro da Mangueira. Foi com essa convivência que se tornou a primeira mulher a pertencer à ala de compositores da Estação Primeira de Mangueira. Essa foi uma das muitas faces do pioneirismo que marcaram sua trajetória.
A relação com a mãe Dona Lecy, considerada melhor amiga, sempre foi firme. Muitas de suas decisões na vida tiveram por trás um conselho da mãe, que também incentivou a sua religiosidade: “Dona Lecy Assunção Brandão é a sabedoria da minha vida.”
Mais de 600 mil visitantes são esperados na 27ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começou na sexta-feira (6) e vai até domingo (15), no Distrito Anhembi. Com o lema “Quem lê faz grandes amigos”, o evento tem a presença de 83 autores nacionais e 33 internacionais. Entre as novidades desta edição está o foco nos autores e na produção literária nacional.
“O que nós queremos é que todos os autores e autoras, os consagrados e os contemporâneos tenham um espaço na Bienal e possam apresentar seu trabalho, sua literatura, independente do gênero literário e das faixas etárias, porque a bienal é o momento de nós mostrarmos para os visitantes e para o país toda a produção literária que é feita no Brasil”, destacou a presidente Câmara Brasileira do Livro, Sevani de Matos Oliveira.
Além disso, há o Espaço Infância totalmente renovado, onde as crianças poderão ter seu primeiro contato com o livro. Aquelas que já tiveram poderão conhecer livros novos, interagir com autores e assistir à contação de histórias. “Nós temos um totem que monta uma historinha, então a criança pode escolher seus personagens. Tudo isso é uma forma lúdica de motivar as crianças a continuarem a ler porque eles são os leitores do futuro”, disse Sevani. Há ainda o Espaço Educação, que é novo, onde os profissionais da educação têm uma programação oficial para discutir o tema.
Ao todo são 13 espaços diferentes, incluindo um estande de homenagem a Ziraldo, autor do livro O Menino Maluquinho, que morreu em abril, aos 91 anos. O espaço é interativo, e as pessoas podem desenhar e pintar os personagens do autor. “Ali há uma pequena amostra de como ele desenhava, de como ele pedia para ser colorido e podem participar pessoas de todas as idades”, explicou a presidente.
O respeito é o sentimento mais citado pelos artistas que participam do musical Leci Brandão – Na palma da mão. O espetáculo conta a trajetória da cantora, compositora, deputada estadual, ativista, e defensora de pautas sociais, que completa 80 anos nesta quinta-feira (12).
O fio condutor do espetáculo é a relação de Leci com a mãe, além da religiosidade e devoção aos orixás e entidades da umbanda e do candomblé.
A estreia foi em janeiro de 2023, no Teatro Sesc Copacabana, na zona sul do Rio. De lá para cá a peça vem colecionando sucesso por onde passa. Já fez temporadas em vários estados do país e foi até Portugal.
Para o diretor Luiz Antônio Pilar, contar a história da artista é mais que necessário. “O musical tem a força que a Leci Brandão tem”, disse à Agência Brasil.