A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta quinta-feira (12) a morte de seis colaboradores durante ataque aéreo israelense a uma escola que administra no centro de Gaza. A agência de Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, adiantou o ataque de quarta-feira à escola al-Jaouni, no campo de refugiados de Nuseirat, deixou 18 mortos.
Testemunhas contaram que “mulheres e crianças explodiram em pedaços” durante o ataque. Entre as vítimas estão seis funcionários da agência da ONU para refugiados palestinianos, a UNRWA, incluindo o gerente do abrigo.
O ataque à escola al-Jaouni é o quinto desde outubro. Desta vez, foi registrado “o maior número de mortos entre a equipe num único incidente” nos últimos 11 meses, observou a UNRWA.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o ataque, afirmando que “o que está ocorrendo em Gaza é totalmente inaceitável”. Acrescentou que é uma “matança sem fim e sem sentido”, já que o número de funcionários mortos desde o início da guerra sobe para pelo menos 220.
“Essas violações dramáticas do direito internacional humanitário precisam acabar agora”, disse Guterres.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, discordou das críticas de Guterres, alegando que “é inconcebível que a ONU continue a condenar Israel em sua guerra justa contra os terroristas, enquanto o Hamas continua a usar mulheres e crianças como escudos humanos”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina condenou o ataque de Israel à escola al-Jaouni e apelou à comunidade internacional para que “forneça proteção aos palestinos e ponha fim à guerra de extermínio e deslocamento contra o nosso povo”.
O ministério pediu ainda que os funcionários da UNRWA e outros trabalhadores humanitários sejam protegidos da “brutalidade da ocupação”.
Nesse ataque, morreram pelo menos 18 pessoas, indicou a agência de Defesa Civil de Gaza.
De aordo com a cadeia Al Jazeera, o Hamas disse aos mediadores que “está pronto para implementar o plano de trégua proposto pelos Estados Unidos e apoiado pela ONU sem quaisquer novas condições de nenhuma parte”.
Também o Ministério das Relações Exteriores do Catar “condenou veementemente” o bombardeio de Tel Aviv à escola al-Jaouni, operada pela UNRWA. Um “massacre horrível” que confirma a “abordagem criminosa de Israel e seu desrespeito aos princípios do direito internacional humanitário”.
“Reiteramos o apelo por uma investigação internacional urgente, incluindo o envio de investigadores independentes da ONU para apurar os fatos relativos aos ataques contínuos da ocupação a escolas e abrigos para pessoas deslocadas”, disse o ministério.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, condenou o ataque, afirmando que a carnificina em Gaza tem que parar.
“Nenhuma palavra pode refletir o verdadeiro horror e a perda de vidas em Gaza. Hospitais, escolas e abrigos foram repetidamente bombardeados, resultando em mortes de civis e humanitários”, disse Tedros Ghebreyesus.
Entretanto, a OMS anunciou, nesta quinta-feira, que foram retirados quase 100 pacientes de Gaza para os Emirados Árabes Unidos. É a maior operação realizada até agora e inclui dezenas de crianças.
“Esta foi a maior evacuação de Gaza desde outubro de 2023”, declarou Richard Peeperkorn, representante da OMS para o território palestino ocupado, aos jornalistas.
“Gaza precisa de corredores médicos. Precisamos de um sistema melhor organizado e sustentado”, pediu, acrescentando que mais de 10 mil pacientes aguardam transferência.
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Agência Brasil