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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, criticou a iniciativa conjunta do Brasil e da China de apresentar uma proposta de paz para a guerra no Leste Europeu, dizendo nesta sexta-feira 20 que não se trata de um plano concreto e que “esconde alguma coisa”.

O plano dos dois países foi anunciado em maio, durante uma visita do assessor internacional do presidente Lula (PT), Celso Amorim, a Pequim. O documento foi assinado por Amorim e por Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China.

Lula e Zelensky tiveram o primeiro encontro reservado desde a posse do presidente brasileiro - Foto: Ricardo Stuckert/PRLula e Zelensky tiveram o primeiro encontro reservado desde a posse do presidente brasileiro - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula e Zelensky tiveram o primeiro encontro reservado desde a posse do presidente brasileiro – Foto: Ricardo Stuckert/PR

O documento detalha seis pontos para a paz na região, entre eles a realização de uma conferência reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, a criação de zonas de segurança, um mecanismo para troca de prisioneiros, e a rejeição do uso de armas de destruição em massa no conflito e do ataque a usinas nucleares.

Pequim e Brasília vão organizar uma reunião com 19 países do chamado Sul Global para discutir o plano no próximo dia 27, depois da Assembleia-Geral da ONU em Nova York. A Folha antecipou que alguns dos convidados incluem a Arábia Saudita, o Egito, a África do Sul e a Indonésia.

Zelenski expressou desconfiança das intenções do Brasil e da China. “Não acredito que este seja um plano concreto, pois não vejo ações ou etapas específicas, apenas uma certa generalização de procedimentos. Uma generalização sempre esconde alguma coisa”, afirmou.

A Ucrânia, a União Europeia e os Estados Unidos já haviam criticado o plano sino-brasileiro por considerar que premiaria a Rússia e autorizaria Vladimir Putin a anexar territórios ocupados.

Além disso, a China é vista pela Ucrânia e pelos Estados Unidos como aliada da Rússia, e Washington acusa Pequim de contribuir para o esforço de guerra de Moscou com venda de equipamentos militares e outros insumos. A liderança chinesa nega.

O presidente ucraniano, que visita seu colega americano, Joe Biden, na próxima semana, voltou a defender que os EUA permitam a utilização de armamento fornecido pelo Pentágono em ataques diretos contra território russo.

Para Zelenski, esses ataques são parte chave do que chama de seu “plano de vitória”, que o ucraniano pretende apresentar a Biden durante sua visita —Kiev não divulgou detalhes, mas diz que a iniciativa vai garantir uma “paz justa”. “O presidente Biden tem a chance de entrar para a história ao fortalecer a Ucrânia [com essa decisão]”, disse Zelenski.

Com informações da Folha de São Paulo

AgoraRN

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