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Os professores do Departamento de Arquitetura (Darq), Eunádia Cavalcante e José Clewton do Nascimento, visitaram, no dia 13 de outubro, a Comunidade Quilombola “Queimadas”, localizada no Povoado Totoró, na zona rural do município de Currais Novos. A visita faz parte das ações do projeto de extensão Assistência Técnica a Comunidades Quilombolas do Rio Grande do Norte e Paraíba.

A Comunidade Rural de Queimadas, também conhecida como Negros do Ludogero, foi fundada há quase 270 anos e abriga cerca de 16 famílias atualmente. O Quilombo serviu inicialmente como refúgio para os escravizados em fuga que buscavam a liberdade na região do Sertão. De acordo com a tradição oral da comunidade, Adriana de Holanda e Vasconcelos, viúva do Coronel Cipriano Lopes Galvão, casou-se novamente com Félix Gomes, homem de muitas riquezas, e doou terras a seus ex-escravos em meados de 1755.

Entre estes, Ludogero, um ex-escravo liberto, recebeu a doação dos territórios onde vivem parte de seus descendentes, e identificou a localidade, passando a nomear as famílias que habitam o Quilombo como “Negros do Ludogero”. Já o nome “Queimadas” foi dado posteriormente devido às divisas de terras, feitas com cercas de varas e queimadas pelos vizinhos para apropriação.

Recentemente, em 2023, a Fundação Cultural Palmares reconheceu “Queimadas” oficialmente como a segunda comunidade remanescente de quilombo, após o reconhecimento prévio da comunidade quilombola de Macambira em Lagoa Nova (RN), em 2005. Portanto, os moradores sentiram-se motivados a apresentar suas demandas por direitos específicos através do acionamento da identidade étnica quilombola.

O principal objetivo é realizar a implantação do Museu Quilombola de Queimada, onde haverá uma sala de exposições para a memória da comunidade, suas práticas de agricultura, de plantas medicinais, artesanato, entre outros. Para isso, é necessário a elaboração do projeto arquitetônico para que possam buscar recursos. Durante a visita, o Darq participou de atividades em parceria com o Centro de Documentação e Comunicação Popular (CECOP) e a Rede de Pontos de Memória e Museus Comunitários do RN, com acompanhamento dos representantes da Associação Comunitária Quilombola da Queimada.

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