Os danos dos jogos de azar são mais substanciais e abrangentes do que se imaginava, mostra o relatório de uma comissão de especialistas reunidos pela revista científica The Lancet Public Health. Os especialistas buscaram estimativas globais do impacto do jogo de azar na saúde pública e estimaram que aproximadamente 448,7 milhões de adultos em todo o mundo experimentam algum risco (em inglês, any risk gambling).
Pessoas nessa categoria enfrentam pelo menos um sintoma comportamental ou consequência pessoal, social ou de saúde adversa do jogo de azar, sem necessariamente preencher os requisitos diagnósticos para transtorno do jogo. Desses, 80 milhões possuem transtorno do jogo, reconhecido em manuais de psiquiatria e descrito como um padrão de apostas repetidas que continua, apesar de criar múltiplos problemas em várias áreas da vida.
De acordo com os pesquisadores, esses danos incluem problemas de saúde física e mental, rupturas de relacionamentos, aumento do risco de suicídio e violência doméstica – tanto como agressor quanto como vítima –, aumento da criminalidade, perda de emprego e prejuízos financeiros.
Esses danos não se restringem ao apostador em si. Pelo menos seis outras pessoas, em média, são negativamente afetadas por um indivíduo com transtorno do jogo.
Os pesquisadores destacam que essas estimativas são conservadoras, já que muitos países sequer possuem dados sobre o assunto. Por isso, o relatório pede que os governos, que cada vez mais têm legalizado os jogos de azar, assumam o compromisso de financiar estudos e fornecer dados.
AgoraRN