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O primeiro dia do Enem 2024 acontece hoje 3 e, nesta edição, os candidatos precisam elaborar uma redação com o tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil“. Assim como nos anos anteriores, o texto deve seguir o formato dissertativo-argumentativo, com uma proposta de intervenção para a problemática. Professores ouvidos pelo GUIA DO ESTUDANTE avaliaram o tema como fácil e relevante, com uma vasta possibilidade de repertórios, incluindo citações, filmes e livros que pautam a questão racial no Brasil.

Confira abaixo quais referências os candidatos poderiam ter usado no texto, de acordo com professores de redação.

Possíveis repertórios para o Enem 2024

Um repertório citado por diversos professores é a Lei 10.639, de 2003, que torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio. Além da lei, a lista de pensadores que refletem sobre o tema é vasta:

  • Djamila Ribeiro;
  • Lélia Gonzalez;
  • Conceição Evaristo;
  • Darcy Ribeiro;
  • Antônio Bispo dos Santos, entre outros.

A literatura também é repertório. O livro “Úrsula”, da escritora Maria Firmina dos Reis, conta a vivência de uma mulher escravizada, incluindo sua vinda ao Brasil em um navio negreiro. Além disso, a escritora tinha uma postura abolicionista que se firmou em 1887, com a publicação do conto “A Escrava na Revista Maranhense”. Ela conta a história de uma mulher de classe alta, atuante na causa da abolição, que tenta salvar a vida de uma escravizada.

O poema “O Navio Negreiro”, de Castro Alves, também pode ser usada como repertório. O autor entrou para a história como “poeta dos escravos”, já que dedicou boa parte de sua produção poética à temática do negro e dos horrores da escravidão. Uma das estrofes mais famosas do poema são:

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura… se é verdade

Tanto horror perante os céus?!

Ó mar, por que não apagas

Coma esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?…

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!

O livro “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre, também é um possível repertório – apesar das críticas em torno do mito da democracia racial propagado por ele.

Por fim, “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, é uma excelente referência. Trata-se de uma coleção de diários da autora que foram escritos durante cinco anos, enquanto trabalhava como catadora e vivia na favela do Canindé, zona norte de São Paulo, com seus três filhos. Por meio dele, não só observamos as suas dificuldades para contornar a fome e a falta de dinheiro, mas também seus pensamentos em torno de pautas políticas, sociais e relativas à própria escrita.

Fontes consultadas: Mara Coura Linhares do Fibonacci Sistema de Ensino; Daniel Medeiros do Colégio Positivo; Thiago Braga do Colégio e Sistema PH; Ademar Celedônio do SAS Plataforma de Educação; Tanay Gonçalves da Plataforma Professor Ferretto; Felipe Rico da plataforma Redação Nota 1000; Jéssica Dorta da Oficina do Estudante; Candice Almeida do Colégio Positivo.

Com informações do Guia do Estudante*

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