O Exército israelense anunciou nesta segunda-feira (4) que “eliminou” um comandante local do Hezbollah no sul do Líbano, onde continua com a campanha de intensos bombardeios e incursões terrestres contra o movimento islâmico libanês.
O Exército “atacou e eliminou Abu Ali Rida, o comandante da região de Baraachit, no sul do Líbano”, declarou em comunicado publicado na rede social X.
Abu Ali Rida “era responsável pelo planejamento e execução de ataques com foguetes e mísseis antitanque contra as tropas israelenses e pela supervisão das atividades terroristas do Hezbollah na região”, esclareceu o Exército.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) acrescentam que continuam a fazer ataques limitados, localizados e direcionados no sul do Líbano, desmantelando infraestruturas terroristas, localizando armas e eliminando terroristas. Nas últimas semanas, o Exército de Israel matou vários chefes militares e altos funcionários do grupo pró-iraniano, incluindo o seu líder, Hassan Nasrallah, em 27 de setembro, num grande ataque à sua sede em Beirute.
Enormes faixas da população libanesa foram deslocadas de suas casas devido à ação militar de Israel contra o Hezbollah. Segundo as autoridades libanesas, mais de 2.800 pessoas foram mortas no Líbano por ataques israelenses.
Os meios de comunicação social israelenses revelam que cerca de 50 foguetes foram disparados contra Israel a partir do Líbano nesta segunda-feira. Vinte tiveram como alvo a Galileia Ocidental e 30 a Alta Galileia.
Israel afirma que pretende neutralizar o Hezbollah no sul do Líbano para permitir o regresso de cerca de 60 mil habitantes do norte do território, deslocados pelos incessantes disparos de foguetes desde o início da guerra em Gaza.
A guerra que ocorre na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 estendeu-se ao Líbano, onde Israel faz ataques aéreos maciços contra o Hezbollah, aliado do Hamas palestino, desde 23 de setembro, acompanhados de uma ofensiva terrestre no sul desde 30 de setembro.
No Líbano, pelo menos 1.940 pessoas foram mortas desde 23 de setembro, de acordo com uma contagem da Agência France Press baseada em dados oficiais.
No norte de Israel, pelo menos 72 pessoas foram mortas por disparos de foguetes desde 7 de outubro de 2023 e cerca de 38 soldados israelenses foram mortos no sul do Líbano desde o início da ofensiva terrestre em 30 de setembro, também de acordo com contagem da AFP baseada em dados oficiais.
O Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros denunciou nesta segunda-feira a “presença desestabilizadora” dos Estados Unidos no Oriente Médio, depois de Washington ter anunciado o envio de bombardeiros estratégicos B-52 para a região para defender Israel, o inimigo declarado da República Islâmica.
“Sempre considerámos que a presença americana na região é desestabilizadora”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Esmaïl Baghaï, na sua conferência de imprensa semanal.No sábado, o Pentágono anunciou a chegada de caças B-52 americanos ao Médio Oriente, um dia depois de ter anunciado novos destacamentos militares para “defender Israel”, um aliado próximo dos Estados Unidos, e para avisar o Irão.
“O aumento da presença (americana) irá criar mais tensão e não irá certamente afetar a nossa determinação em nos defendermos”, acrescentou Baghai, em resposta a uma pergunta sobre a chegada dos bombardeiros americanos.
A 26 de outubro, aviões de guerra israelitas realizaram ataques a instalações militares no Irão, em represália pelos ataques com mísseis iranianos contra Israel em 1 de outubro. O Irão comunicou “danos limitados” e a morte de quatro soldados e um civil.
O Irão apresentou o seu ataque de 1 de outubro como uma resposta ao assassinato de dirigentes dos movimentos islamitas Hezbollah, no Líbano, e Hamas, no território palestiniano da Faixa de Gaza.
Israel advertiu o Irão contra a retaliação ao seu ataque, enquanto Teerão prometeu responder.
A troca de ameaças entre o Irão e Israel ocorre numa altura em que o exército israelita está em guerra contra o Hezbollah no Líbano e o Hamas na Faixa de Gaza, dois movimentos aliados do Irão.
O presidente iraniano Massoud Pezeshkian afirmou no domingo que um eventual cessar-fogo entre os aliados de Teerão e Israel poderia influenciar a resposta do seu país aos ataques israelitas.
Agência Brasil