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Vereadores Júlia Arruda e Camila Araújo - Foto: CMN

As vereadoras Júlia Arruda (PCdoB) e Camila Araújo (União Brasil) denunciaram a situação caótica da saúde mental em Natal, apontando omissões e falhas no atendimento à população. Durante a sessão da Câmara Municipal desta terça-feira 12, elas criticaram as condições precárias de serviços como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e a negligência do governo estadual com a saúde mental da cidade. Para elas, é preciso que os governos municipal e estadual tomem providências “urgentes” para resolver o problema.

Júlia relatou um problema encontrado em visita à UBS de Pirangi, onde o laboratório estava funcionando de maneira improvisada em apenas uma sala. “É algo desumano. Sabemos que o paciente que vai em busca do Caps, muitas das vezes, ele vai com transtornos mentais, com ansiedades, com síndrome do pânico, e ele não pode estar convivendo no mesmo corredor de uma UBS. É um tratamento diferenciado. Precisa de profissionais diferenciados, precisa de um acolhimento diferenciado”, lamentou.

Ela explicou que, embora a unidade estivesse aberta e funcionando, a única sala disponibilizada para o Caps 3 estava fechada e sem servidores. “O Caps 3 está passando por uma readequação porque foi comprado um imóvel próprio que vai funcionar no bairro de Santos Reis, justamente para poder atender a Zona Norte e Zona Leste. Mas esse prédio está precisando passar por a parte de acessibilidade. O que nós queremos cobrar aqui é porque isso começou em agosto e já estamos praticamente em novembro. Vai durar quanto tempo a reforma desse prédio? Quando é que a população vai poder fazer uso desse bem comum que é tão necessário para a nossa sociedade?”, questionou.

Já Camila fez duras críticas ao governo estadual, ressaltando que a atual crise na saúde mental de Natal não é responsabilidade do município. “Esse desmantelo, este caos na saúde mental, não está sendo provocado pelo município de Natal, como muitas narrativas mentirosas e irresponsáveis querem dizer. Eu preciso lembrá-los que, no ano de 2020, por meio da Portaria 811 do Governo do Estado de Fátima Bezerra, foram fechados todos os leitos do hospital psiquiátrico Doutor João Machado, que hoje virou apenas um hospital de leitos clínicos”, afirmou.

A vereadora criticou a omissão do governo estadual, que, segundo ela, transferiu a responsabilidade para o município. “E sabe para onde veio a conta disso? O município de Natal, que fez parceria com o Hospital Severino Lopes e garante hoje lá 103 leitos de psiquiatria do Severino Lopes. Mas a responsabilidade do Governo do Estado é de se omitir e de negligenciar a saúde mental do nosso povo”, completou.

Camila também se posicionou contra a política de fechamento de hospitais psiquiátricos, lembrando que a política anti-manicomial não pode ser uma justificativa para a falta de estrutura e cuidados adequados. “A política do fechamento dos hospitais psiquiátricos e dos manicômios é a política anti-manicomial. Eles querem comparar todos os tipos de transtorno mental como se todos fossem normais e não são”, frisou.

AgoraRN

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