O procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse a interlocutores que ‘dificilmente’ concluirá ainda neste ano a análise do material apresentado pela Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.
Bolsonaro foi indiciado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa. A expectativa é pelo oferecimento de denúncia contra o ex-presidente e demais envolvidos no caso. Gonet, no entanto, ainda quer tempo para estudar as 884 páginas do relatório final da PF.
A análise do material também levará em conta outras investigações, a exemplo do extravio de joias sauditas e fraude no cartão de vacina. Como mostrou a CNN, o documento deve ser enviado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana.
A Procuradoria-Geral da República pode, além de denunciar os envolvidos, optar pelo arquivamento ou pedir novas diligências. A decisão sobre cada um dos 37 indiciados é individualizada.
Esta é a terceira vez que a PF diz haver indícios de crimes nas condutas do ex-presidente. Em julho, a corporação concluiu que Bolsonaro cometeu os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa ao atuar para desviar joias dadas de presente pela Arábia Saudita enquanto era presidente.
A PF também indiciou Bolsonaro em março pelos crimes de inserção de dados falsos e associação criminosa por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal contra a Covid-19.
Até agora, a PGR não apresentou denúncia contra o ex-presidente em nenhum dos casos.
AgoraRN