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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anuncia ministros durante coletiva no CCBB Brasília.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

A investigação da Polícia Federal sobre suposta trama golpista contra a democracia no  Brasil concluiu que houve ações, nos meses de novembro e dezembro de 2022, para monitorar o movimento do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Agentes do Estado, conhecidos como “kids pretos”, faziam observações especialmente sobre Lula nas proximidades do hotel Meliá, em Brasília, local em que ele esteve hospedado durante o período de transição de governo.

O inquérito evidencia que há registros das presenças de dois investigados, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e o capitão Lucas Guerellus nas proximidades do hotel.

Segundo o inquérito, o policial federal Wladimir Matos Soares, que foi indiciado e preso, aderiu aos ideais golpistas. Uma de suas ações era repassar “informações sensíveis sobre a estrutura de segurança do presidente eleito”, aponta a investigação.

A respeito do monitoramento, o planejamento da operação golpista Punhal Verde Amarelo incluía a possibilidade de assassinato dos integrantes da chapa presidencial eleita. Lula recebeu o codinome de “Jeca” e Geraldo Alckmin, de “Joca”.

Uma informação ressaltada no inquérito é que o policial federal Wladimir Matos Soares se infiltrou na segurança de Lula para obter informações sobre o presidente eleito. “Conforme demonstrado, Wladimir passou os dados para o segurança pessoal do então presidente Jair Bolsonaro, que estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas”, aponta a investigação.

Em relação a isso, o policial teria até enviado imagem do delegado de Polícia Federal Cleyber Malta Lopes. “O mencionado Delegado atuou como o Coordenador de Execução da operação da Polícia Federal que atuou na segurança da cerimônia de posse do presidente da República”. O inquérito recorda que no dia 20 de dezembro de 2022, após receber duas mensagens que foram apagadas pelo assessor de Bolsonaro Sérgio Cordeiro, Wladimir escreveu: “Estou pronto!”.

A investigação ainda acrescentou que o planejamento golpista Punhal Verde Amarelo tinha como uma das possibilidades assassinar o então candidato eleito por envenenamento ou uso de químicos “para causar um colapso orgânico”.

Agência Brasil

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