O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, será interrogado pela Polícia Federal (PF) nesta semana, dando continuidade às investigações sobre uma suposta trama golpista. O depoimento ocorre duas semanas após ser ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que validou o acordo de delação premiada firmado entre Cid e a PF. A colaboração foi revisada após identificação de omissões e contradições nos depoimentos do militar.
Cid foi intimado pela delegacia que conduz os inquéritos envolvendo o ex-presidente. Em novembro, ele, Bolsonaro e mais 35 pessoas foram indiciados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O relatório final foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PF também investiga mensagens apagadas do celular de Cid e a existência de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Em audiência com Moraes, Cid admitiu ter participado de uma reunião em 12 de novembro de 2022, na residência do general Walter Braga Netto, para discutir um golpe de Estado, mas negou envolvimento no plano de assassinato.
Histórico de Prisões e Acordo de Delação
Cid foi preso inicialmente em maio de 2023, acusado de falsificar cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e assessores. Após seis meses detido, firmou o acordo de delação premiada e foi solto em setembro. Ele voltou a ser preso em março deste ano após vazamento de áudios nos quais criticava a condução de sua colaboração pela PF e pelo STF. Moraes considerou que ele violou as regras do acordo ao comentar investigações sigilosas.
O militar foi liberado novamente em maio, mas segue prestando depoimentos relacionados às investigações. Desde a primeira prisão, Cid já foi ouvido pela PF ao menos 11 vezes.
AgoraRN