Com a volta às aulas em 2025, cresce a preocupação com a segurança nas escolas. Para reforçar a prevenção contra ataques violentos, o Senado analisa um projeto de lei que prevê treinamentos regulares para professores, funcionários e alunos (PL 3.345/2024).
Esse projeto foi apresentado no ano passado pelo então senador Beto Martins (SC). O texto já conta com um parecer favorável concedido pela Comissão de Segurança Pública (CSP) e atualmente está em análise na Comissão de Educação e Cultura (CE), onde aguarda relatório do senador Efraim Filho (União-PB).
A preocupação com a violência nas escolas tem se intensificado nos últimos anos. Em 2023, uma pesquisa do DataSenado mostrou que, nos 12 meses que antecederam o levantamento, cerca de 6,7 milhões de estudantes brasileiros haviam sido vítimas de algum tipo de violência, o que representa cerca de 11% do total de alunos do país.
O relatório Ataques de violência extrema em escolas no Brasil, coordenado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apontou que entre 2001 e 2023 ocorreram 36 ataques violentos em escolas brasileiras, que resultaram em 40 mortes e mais de 100 feridos. Desses 36 ataques, 21 aconteceram entre fevereiro de 2022 e outubro de 2023 (58,33%). A maioria das vítimas eram mulheres ou crianças menores de idade.
A deputada federal Carla Dickson (União Brasil), que assumiu o mandato na Câmara dos Deputados após a renúncia de Paulinho Freire, já está de olho na sucessão estadual de 2026 e no fortalecimento da direita no Rio Grande do Norte.
Em entrevista à 96 FM na segunda-feira 6, Carla defendeu que a articulação do grupo político da direita para as próximas eleições seja liderada pelo agora prefeito de Natal, Paulinho Freire. Segundo ela, Paulinho deverá usar em 2026 da habilidade que teve para aglutinar forças vitoriosas em torno da sua candidatura na capital potiguar.
“Todos os partidos estão na fase de montar a nova nominata. 2026 já é uma realidade. Eu estou torcendo para que cheguemos, a direita, chegue a um nome de consenso pra fazer frente ao que vem por aí pela esquerda”, destacou a deputada.
A direita e o centro têm discutido a possibilidade de união para enfrentar a esquerda nas próximas eleições, mas há uma divisão clara em projetos e intenções eleitorais no momento. Enquanto alguns líderes defendem a articulação conjunta, as divergências internas entre os principais nomes dificultam a consolidação de uma estratégia unificada.
De um lado, o ex-senador e presidente do União Brasil no RN, José Agripino Maia, aposta na candidatura de dois nomes fortes ao Governo do Estado: o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), e o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos).
Por outro lado, o senador bolsonarista Rogério Marinho, líder da oposição no Senado e presidente do PL no Estado, defende um projeto próprio de disputar o governo, excluindo as lideranças mencionadas por Agripino. Rogério tem declarado publicamente que sua parceria política é com o prefeito Paulinho Freire e o senador Styvenson Valentim (Podemos). Ele enfatizou que as candidaturas ao Governo do Estado e às eleições majoritárias serão “trabalhadas de comum acordo” com esses aliados, deixando de fora Agripino, Allyson e Álvaro.
Rogério foi ainda mais explícito ao afirmar: “Hoje temos uma relação de afinidade política e de compromisso com o prefeito Paulinho Freire e com o senador Styvenson Valentim. Temos um acordo entre nós de que a candidatura ao governo do Estado e as candidaturas majoritárias serão trabalhadas de comum acordo.”
Ele também reconheceu que o União Brasil, partido liderado por Agripino, não tem uma posição unificada, destacando que é uma legenda heterogênea com outros nomes potenciais para a disputa ao governo, como Álvaro Dias e Allyson Bezerra.
GRANDE ARTICULADOR. Carla elogiou Paulinho Freire como um grande articulador político, capaz de reunir importantes lideranças em torno de um projeto unificado. “Paulinho é um grande estrategista. Ele conseguiu o que eu achava que era impossível: unir grandes nomes em torno do nome dele, de um projeto. A direita praticamente toda, né?”.
A parlamentar também revelou conversas recentes com José Agripino, que enxerga Paulinho como o líder natural desse processo. “Ele (Agripino) disse que a pessoa que vai comandar essa união vai ser o Paulinho Freire de novo”, declarou Carla.