A tradição da peregrinação ao Monte Pascoal continua em evidência no município de São Fernando-RN. Nesta segunda-feira (20), dia em que os católicos comemoram o Dia de São Sebastião, a paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio organizou uma procissão rumo ao Monte Pascoal, onde houve a celebração da santa missa presidida pelo Pe. Isaías Galvão e um café partilhado com a presença da comunidade.

Desde sexta-feira (18), a paróquia realizou um tríduo para celebrar São Sebastião, na matriz de Nossa Senhora do Patrocínio.

Saiba mais sobre o Monte Pascoal – lugar da peregrinação ao glorioso São Sebastião

Do ponto de vista religioso, o monte Pascoal é marcado pela fé e devoção a um dos santos mais populares do país – São Sebastião.

Fatos religiosos registrados, já no final do século passado, transformaram a serra em lugar de peregrinação, tradição mantida até os dias de hoje. Do ponto de vista histórico, os valores remontam mais de dois séculos.

Eram fins de 1624, Frei Caneca vara os tabuleiros pernambucanos, com sua milícia armada, liderando a revolução, que eclodiu no Nordeste brasileiro conta a monarquia absolutista de D. Pedro I, e que ficaria conhecida como a Confederação do Equador.

A tropa atinge o planalto da Borborema e mergulha nos sertões da Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando ao Sertão, em outubro de 1824.

Quatro batalhões, segundo relatos do livro “Homens e Fatos do Seridó Antigo”, de autoria de Dom José Adelino Dantas, constituíam a tropa confederada. Em direção ao Ceará, os legionários de frei Caneca pernoitam na localidade “sítio Pascoal”. Proximidades do Monte de mesmo nome.

Segundo relatos históricos e geográficos da cidade de São Fernando, o Monte Pascoal tornou-se um lugar de peregrinação, após a celebração, em 1971, da Semana Santa pelo padre Antônio Balbino de Araújo, e uma promessa feita por um fazendeiro do lugarejo.

Por ordem do padre, uma grande cruz de madeira, construída por religiosos da cidade, fora colocada no cimo do monte, na sexta-feira da Semana Santa.

A ocasião foi marcada com a celebração da missa. Dias depois, a tradição ganhou força para perpetuar-se por mais de 30 anos.

O senhor Tobias Fernandes de Araújo fez votos a São Sebastião para salvar seu rebanho da fome, durante o período de seca.

O gado, levado para os arredores do Monte, sobreviveu e o fazendeiro fez erigir ao pé do cruzeiro, no alto do monte, um nicho, sobe o qual foi depositada a imagem do santo de sua devoção.

A partir desse ano, por ocasião do dia 20 de janeiro, data dedicada à São Sebastião, ocorrem as peregrinações ao lugar e missa ao pé da serra. Alguns fiéis mantém, até hoje, a tradição de escalar o monte, para rezar o terço ao pé do cruzeiro.