Um desabafo feito por familiar do idoso caicoense Abel Lucena, paciente internado na rede pública de saúde do Rio Grande do Norte expôs a dura realidade enfrentada por quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.
O drama começou no dia 3 de abril, quando Abel sofreu um infarto em Caicó. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Regional do Seridó, onde, segundo o relato, recebeu o atendimento necessário e de qualidade. A família destacou o acolhimento e o profissionalismo da equipe da unidade hospitalar caicoense.
Contudo, a situação se agravou após a transferência para Natal. O paciente foi levado ao Hospital João Machado, onde aguarda há semanas a realização de um cateterismo. O procedimento, essencial para a recuperação, tem sido constantemente adiado.
“Passou alguns dias na UTI e depois foi transferido para a enfermaria. Desde então, vivemos um cenário de total desinformação e desorganização. A cada dia, recebemos uma versão diferente dos profissionais que o acompanham. O procedimento já foi remarcado diversas vezes”, relatou o familiar.
O paciente chegou a ser encaminhado para o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), onde o cateterismo finalmente seria feito. Porém, por uma falha grave atribuída ao Hospital João Machado, o protocolo de hidratação renal – básico e indispensável para a realização do exame – não foi realizado.
“Desde então, seguimos sem qualquer previsão ou resposta concreta sobre quando o procedimento será feito. Essa é a realidade de quem depende do SUS no nosso estado. Uma luta diária contra a burocracia, o descaso e a falta de compromisso com a vida humana”, desabafou o familiar.
O caso reforça a insatisfação crescente da população com a gestão da saúde pública no Rio Grande do Norte sob o governo da professora Fátima Bezerra. Para muitos, a situação tem sido marcada pelo descontrole, atrasos e negligência com a vida dos potiguares que dependem dos serviços públicos de saúde.