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Construções destruídas por explosões em Gaza
07/10/2025
REUTERS/Ammar Awad
© REUTERS/Ammar Awad/Proibida reprodução

O Hamas disse que entregou nesta quarta-feira (8) uma lista com nomes de prisioneiros palestinos que serão trocados por reféns israelenses e disse estar otimista sobre as negociações para acabar com a guerra em Gaza, enquanto o genro e o enviado do presidente dos EUA, Donald Trump, devem se juntar às discussões de paz, no Egito.

As negociações indiretas estão focadas nos mecanismos para interromper o conflito, na retirada das forças israelenses de Gaza e no acordo de troca, acrescentou o grupo militante palestino, em uma avaliação aparentemente otimista das negociações sobre um plano apresentado por Trump, o mais próximo que os diplomatas já chegaram de um fim do conflito.

Um dos principais pontos de discórdia será a pressão sobre o Hamas para se desarmar, uma questão que o grupo não está disposto a discutir. A informação é de uma fonte palestina próxima às negociações, que começaram na segunda-feira (6), na cidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh.

A data da implementação da primeira fase da iniciativa de 20 pontos de Trump ainda não foi definida, disse a fonte.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, deve participar de uma reunião ministerial na quinta-feira (9) em Paris com países europeus, árabes e outros para discutir a transição pós-guerra de Gaza, disseram três fontes diplomáticas nesta quarta-feira.

A reunião, que será realizada paralelamente às negociações no Egito, tem como objetivo discutir como implementar o plano de Trump e avaliar os compromissos coletivos dos países.

Milhares de moradores de Gaza foram deslocados e enfrentam fome, escassez de combustível, de água e de suprimentos médicos.

“O inverno está chegando. A água está atravessando (minha barraca), os ratos estão vindo atrás de nós, os mosquitos e as moscas”, disse o deslocado de Gaza Raed Shahine.

“O inverno está chegando. A água está atravessando (minha barraca), os ratos estão vindo atrás de nós, os mosquitos e as moscas”, disse o deslocado de Gaza Raed Shahine.

Na terça-feira (7), Trump expressou otimismo sobre o progresso em direção a um acordo, no dia que marcou o segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel que desencadeou o contra-ataque militar israelense à Faixa de Gaza.

A equipe dos EUA para negociação no Egito inclui o enviado especial Steve Witkoff e Jared Kushner, genro de Trump que serviu como enviado ao Oriente Médio durante o primeiro mandato do presidente.

No entanto, autoridades de todos os lados pediram cautela quanto às perspectivas de um acordo rápido.

Outras figuras importantes também devem participar das negociações nesta quarta-feira, incluindo o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer – confidente próximo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu – e o primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, um mediador de longa data.

Outro participante será o mestre espião turco Ibrahim Kalin, que vem desempenhando um papel crescente da Turquia, país que é um poderoso membro da Otan que tem contatos próximos com o Hamas, mas que Israel não via anteriormente como mediador.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que Trump pediu à Turquia que ajudasse a persuadir o Hamas a aceitar o acordo. Mas afirmou que era importante pressionar Israel, que ele chamou de principal obstáculo à paz.

“A paz não é um pássaro com uma única asa. Colocar todo o fardo da paz sobre o Hamas e os palestinos não é uma abordagem justa, correta ou realista”, afirmou.

“A paz não é um pássaro com uma única asa. Colocar todo o fardo da paz sobre o Hamas e os palestinos não é uma abordagem justa, correta ou realista”, afirmou.

O plano de Trump prevê a criação de um organismo internacional liderado por ele próprio e que inclui o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, para desempenhar um papel na administração pós-guerra de Gaza.

Os países árabes que apoiam o plano afirmam que ele deve levar à independência de um Estado palestino, o que, segundo Netanyahu, nunca acontecerá.

A Jihad Islâmica, um grupo menor que o Hamas que também mantém reféns israelenses, participou das negociações nesta quarta-feira.

O Hamas quer um cessar-fogo permanente e abrangente, uma retirada completa das forças israelenses e o início imediato de um processo de reconstrução abrangente sob a supervisão de um “órgão tecnocrático nacional” palestino.

Israel quer que o Hamas se desarme, o que o grupo rejeita. O Hamas afirmou que não entregará suas armas até que um Estado palestino seja estabelecido.

Autoridades norte-americanas sugerem que querem inicialmente concentrar as negociações na interrupção dos combates e na forma como os reféns israelenses em Gaza e os detidos palestinos em Israel seriam libertados.

Na ausência de um cessar-fogo, Israel continuou com sua ofensiva em Gaza, embora tenha reduzido ataques à Cidade de Gaza nos últimos dias a pedido de Trump.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que os disparos israelenses mataram pelo menos oito pessoas no enclave nas últimas 24 horas.

Mesmo que um grande avanço seja alcançado, não há uma indicação clara de quem governará Gaza quando a guerra terminar. Netanyahu, Trump e países ocidentais e árabes descartaram a possibilidade de o Hamas participar do novo governo.

A indignação global contra o ataque israelense aumentou. Vários especialistas em direitos humanos, acadêmicos e um inquérito da ONU afirmam que se trata de genocídio.

Israel classifica suas ações como legítima defesa após o ataque do Hamas, em 2023.

Autoridades de Gaza afirmam que mais de 67 mil pessoas foram mortas na ofensiva israelense. Ela ocorreu após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando 1,2 mil pessoas foram mortas e 251 levadas para Gaza como reféns, segundo dados israelenses.

É proibida a reprodução deste conteúdo

*Reportagem adicional de Dawoud Abu Elkas, Tuvan Gumrukcu, Daren Butler, Maayan Lubell John Irish e Angelo Amante; texto de Michael Georgy

Agência Brasil

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