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Placa alerta para calor extremo no Parque Nacional do Vale da Morte, na Califórnia
© REUTERS/Steve Marcus/direitos reservados

As mudanças climáticas provocadas pelo homem não deixam qualquer área do planeta a salvo de uma onda de calor, revela estudo do Centro Climático da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).

Produzido em colaboração com a Climate Central, um grupo de cientistas e comunicadores independentes que divulgam fatos sobre as alterações climáticas, o estudo indicou que nos últimos 12 meses um habitante, em média, viveu mais 26 dias de calor extremo em comparação com um cenário sem alterações climáticas.

“Mas nós não somos uma pessoa comum, vivemos num local e num país específicos. Por exemplo, no Equador, não houve mais 26 dias de calor intenso, mas sim mais 170 dias”, disse a especialista Friederike Otto, em declarações à imprensa em Genebra, onde está localizada a sede mundial da FICV.

No caso do Equador, ela especificou que os habitantes tiveram 180 dias de calor extremo, enquanto que sem as alterações climáticas teriam sido apenas dez dias.

“Isto significa seis meses de calor extremo em vez de dez dias”, alertou a especialista, acrescentando que as ondas de calor atuais são geralmente mais numerosas e mais longas devido ao aquecimento global.

Atualmente, a Índia e o Paquistão sofrem uma onda de calor que fez subir os termômetros até aos 50 graus Celsius.

Nos últimos meses, outros países asiáticos como Bangladesh, Myanmar (antiga Birmânia), Nepal, Malásia e Filipinas registraram episódios de calor extremo de mais de 40 graus Celsius. Nessa parte do mundo, a umidade agrava os efeitos do calor.

“Sabe-se que dezenas de milhares de pessoas morreram devido ao calor extremo no ano passado, mas é provável que o número real seja de centenas de milhares ou mesmo milhões, porque se trata de fenômeno que mata lentamente e de forma menos óbvia”, segundo o relatório.

Assim como o impacto do calor não é igual em todo o mundo, também não é semelhante para todos, sendo os adultos mais velhos, os bebês, as crianças e as pessoas com doenças crônicas os mais vulneráveis.

Mesmo para quem está de boa saúde, os trabalhadores ao ar livre, os trabalhadores agrícolas e os refugiados que vivem em campos também correm risco muito maior.

“É essencial parar de queimar combustíveis fósseis para que a situação não se agrave, mas também temos de nos adaptar a esses dias adicionais de ondas de calor”, afirmou Friederike Otto.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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