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O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa durante a abertura do escritório de campanha de Biden para presidente em Wilmington, Delaware, EUA, em 3 de fevereiro de 2024. Foto: REUTERS/Joshua Roberts
© REUTERS/Joshua Roberts

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, anunciou hoje (7) nova ajuda de US$ 225 milhões à Ucrânia, durante encontro em Paris com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

“Os Estados Unidos estarão sempre com vocês”, disse Biden, que também pediu desculpas publicamente, pela primeira vez, pelo atraso de meses no apoio militar, o que permitiu à Rússia obter ganhos.

Em declarações na capital francesa, onde os dois chefes de Estado se encontram para marcas o 80º aniversário do desembarque na Normandia (o Dia D), Biden dirigiu pedido de desculpas ao povo ucraniano pelas semanas sem decisão sobre um apoio norte-americano, numa referência ao impasse no Congresso dos Estados Unidos que, durante várias semanas, não avançou com a aprovação de um pacote de cerca de US$ 61 bilhões em assistência militar e econômica à Ucrânia.

Joe Biden, que será o candidato democrata nas futuras eleições presidenciais nos Estados Unidos, afirmou que o povo norte-americano apoia a Ucrânia a longo prazo.

Os Estados Unidos são o principal apoiador militar da Ucrânia, que enfrenta nova e intensa ofensiva russa há um mês nas áreas orientais do país.

O presidente ucraniano agradeceu, por sua vez, a Biden o “enorme apoio” dos Estados Unidos.

A ofensiva militar russa em grande escala na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, está atualmente concentrada nas regiões fronteiriças ucranianas de Kharkiv e Donetsk, mas as autoridades ucranianas afirmam que pode se alastrar à medida que o Exército russo, de maiores dimensões, procura fazer valer a sua vantagem.

A nova onda de ataques russos procura explorar a escassez de munições e de tropas ucranianas ao longo dos cerca de mil quilômetros da linha da frente.

O ritmo lento da entrega de apoio militar, prometido há muito pelos aliados ocidentais, tem sido motivo de frustração para Zelensky, tal como a hesitação de Biden em fornecer mais equipamento por receio de provocar o presidente russo, Vladimir Putin, o que, como escreve a agência norte-americana AP, tem provocado tensões nas relações entre Kiev e Washington.

A nova ajuda de US$ 225 milhões inclui, segundo as autoridades norte-americanas, munições para o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMAR, na sigla em inglês), sistemas de morteiros e uma série de munições de artilharia.

Alguns aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), incluindo os EUA, admitiram, na semana passada, a utilização por parte da Ucrânia do armamento ocidental fornecido em ataques limitados em solo russo.

A posição é criticada pelo Kremlin (presidência), que advertiu que o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial poderia ficar fora de controle.

Biden e Zelensky participaram, nessa quinta-feira, das cerimônias dos 80 anos do Dia D na Normandia, no norte de França, juntamente com outros líderes europeus que apoiam os esforços de Kiev na guerra.

Em discurso na cerimônia, Biden prometeu que não haverá afastamento da Ucrânia, traçando um paralelismo entre a luta para libertar a Europa do domínio nazista e a atual guerra contra a agressão russa.

A Ucrânia caracteriza a sua luta contra a Rússia como um confronto entre a liberdade democrática ocidental e a tirania russa, enquanto a Rússia garante que está se defendendo de uma ameaçadora expansão da aliança militar da Otan para o leste.

Também em discurso na Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento francês), Zelensky comparou os sacrifícios feitos durante a Segunda Guerra Mundial e a atual luta do seu país.

“Estamos vivendo numa época em que a Europa já não é um continente de paz”, disse o líder ucraniano aos deputados.

“Essa batalha está numa encruzilhada, é o momento em que podemos todos juntos escrever a história a que aspiramos, ou então podemos tornar-nos vítimas da história, como o nosso inimigo – e destaco o nosso inimigo comum – quer que sejamos”, acrescentou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, por sua vez, anunciou que França vai fornecer à Ucrânia os seus aviões de combate Mirage.

Na quarta viagem a Paris desde o início da guerra, Zelensky iniciou hoje o dia com uma cerimônia oficial de boas-vindas no monumento Invalides, onde se encontra o túmulo de Napoleão.

A agenda do líder ucraniano inclui visita ao fabricante de armas Nexter, em Versalhes, que produz os obuses autopropulsores Caesar, que estão entre as armas fornecidas por Paris às forças de Kiev, e um encontro com Macron, no Palácio do Eliseu.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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