O terremoto de 7,4 graus na escala Richter que teve como epicentro a região do Atacama, no Chile, teve reflexos no Brasil e foi sentido por moradores da região metropolitana de São Paulo na noite desta quinta-feira (19). O monitor do centro de sismologia da Universidade de São Paulo (USP) recebeu relatos de tremores em praticamente todas as regiões da capital paulista e em cidades da região metropolitana.
Segundo o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da USP, o tremor que ocorreu no Chile foi sentido em São Paulo porque a região está localizada em uma bacia sedimentar. “Os sedimentos têm a característica de amplificar a passagem das ondas sísmicas. Isso, aliado ao fato de o sismo ter ocorrido à noite, então as pessoas estavam num momento mais calmo do dia, né em casa descansando e tudo mais aumentaram a chance de as pessoas sentirem esse evento”, explica.
Collaço diz que não há motivos para preocupação com danos estruturais causados pelos tremores no Brasil. De acordo com o corpo de bombeiros, houve apenas um chamado de ajuda para esvaziamento de um prédio em função do tremor.
A defesa civil de São Paulo também informou que não houve registro de vítimas ou de ocorrências relacionadas ao evento e que continua monitorando a situação.
O advogado Jacques Miranda, morador da Móoca, na zona leste de São Paulo, sentiu o tremor no apartamento onde mora. Ele e os vizinhos desceram para o térreo.
“Nós temos uns móbiles pendurados com os sininhos e vi que eles estavam balançando junto com os lustres da sala. É uma situação super estranha de que você está no 15º andar e o prédio vai cair. Imediatamente, nós abrimos o grupo de WhatsApp do prédio e vimos que outras pessoas também sentiram a mesma coisa”, conta.
Agência Brasil