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O lançamento do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) divulgado, neste mês de agosto, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial, trouxe à tona um retrato detalhado do cenário inovador brasileiro, destacando o desempenho de cada estado e região. E nesse contexto o Rio Grande do Norte emerge como um destaque no Nordeste, impulsionado por um conjunto de fatores que vão além dos números. De acordo com levantamento do INPI, o estado potiguar cresce em pilares importantes da inovação. De acordo com o estudo, o RN ocupa a 11ª posição nacional em infraestrutura, conhecimento e tecnologia e negócios, demonstrando um forte potencial inovador, como o 1° da região Nordeste.

É no Nordeste onde se concentra um desempenho mais heterogêneo em relação às outras regiões do Brasil, com a maioria dos estados concentrando-se nas posições inferiores do ranking. Segundo o relatório, o Rio Grande do Norte se destaca como o estado nordestino mais inovador, com bom desempenho em infraestrutura, conhecimento e tecnologia e negócios. Pernambuco e Ceará também apresentam resultados relevantes em alguns pilares, como economia criativa e conhecimento e tecnologia, respectivamente.

O IBID avalia o desempenho dos estados em sete pilares da inovação: instituições, capital humano, infraestrutura, mercado, conhecimento e tecnologia, negócios e economia criativa.

Ao analisar os resultados do IBID, o diretor da FIERN e presidente da Comissão Temática de Inovação, Ciência e Tecnologia (COINCITEC/FIERN, Djalma Barbosa Júnior, comenta o cre)scimento nos índices. “De maneira geral, temos três índices (infraestrutura, conhecimento e tecnologia e negócios) que levaram o Rio Grande do Norte para uma média nacional bastante considerada, colocando o estado em décimo primeiro, mas temos que dar ênfase à questão econômica, que são as operações de crédito; a questão dos negócios, dos mestres, dos doutores, do número de parques tecnológicos, da produção científica, com publicações, do depósito e patente, da qualidade de startups, o Rio Grande do Norte sempre teve essa característica”, aponta o diretor.

Para Djalma, é preciso levar em consideração a importância de olhar para além dos rankings. O estado, segundo ele, apresenta um cenário positivo, impulsionado por uma economia dinâmica, um ambiente de negócios favorável e um capital humano qualificado. “O bom desempenho em indicadores como operações de crédito, PIB e número de empresas inovadoras demonstra a força do setor produtivo potiguar”, avalia.

O diretor leva em conta também a importância do índice Conhecimento. “Quando a gente fala de conhecimento, a gente estende um pouco dessa capacidade de disseminar negócios a partir desse nível de intelecto que nós temos. Isso realmente é muito positivo, mas precisamos melhorar muito nos índices de instituições, infraestrutura, economia criativa e capital humano, que são os investimentos em poder público, em PID, como também a formação no ensino médio e no ensino fundamental, onde o Estado precisa realmente”, diz.

O estudo do INPI revela que cada estado possui suas próprias forças inovadoras. Em âmbito nacional e local, o diretor alerta para a necessidade de uma análise mais aprofundada. “Apesar dos números promissores, o Rio Grande do Norte ainda enfrenta desafios que precisam ser superados para consolidar sua posição como líder em inovação. A infraestrutura, a qualidade da educação básica e o ambiente regulatório são alguns dos pontos que exigem atenção especial”, aponta Djalma.

Para Djalma, a COINCITEC/FIERN desempenha um papel fundamental nesse processo. “Ao integrar todos os atores do ecossistema de inovação, a COINCITEC busca fortalecer o estado como referência no Nordeste. No entanto, para alcançar esse objetivo, é preciso intensificar os esforços em diversas frentes, como o fomento à pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e a capacitação da força de trabalho”, destaca.

Nessa perspectiva, o IBID, ao fornecer um conjunto abrangente de indicadores, permite identificar as potencialidades e os desafios de cada estado. Djalma afirma que ao analisar os resultados do Rio Grande do Norte, é possível constatar que o estado possui um potencial de inovação significativo, mas que ainda precisa avançar em algumas áreas.

“É fundamental que os gestores públicos e privados trabalhem em conjunto para criar um ambiente propício à inovação, investindo em infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento. Ao superar os desafios e aproveitar as oportunidades, o Rio Grande do Norte poderá se consolidar como um polo de inovação no Brasil, gerando emprego, renda e desenvolvimento econômico”, diz.

O diretor da FIERN enfatiza que, em resumo, o IBID revela um cenário promissor para o Rio Grande do Norte, mas também destaca a necessidade de investimentos contínuos em áreas como infraestrutura, educação e inovação. “Ao fortalecer esses pilares, o estado poderá consolidar sua posição de liderança e impulsionar o seu desenvolvimento”.

Djalma Júnior disse ainda que vai aguardar o relatório da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que é o Índice FIEC de Inovação dos Estados. “A FIEC faz uma avaliação já há vários anos. Vamos aguardar, para a gente fazer um quadro comparativo com os anos anteriores, e discutir com o Mais RN, para que a gente possa monitorar esses índices de perto a cada semestre”,  afirma.

Com a comparação, ele espera saber como é que está a evolução do Rio Grande do Norte. “Isso com relação a pontos que são gargalos no processo de inseminação, não só da inovação, da pesquisa, da ciência, mas também na concretização de ações estruturantes por parte do governo, para que a gente possa avançar nesse quesito quanto ao desenvolvimento tecnológico do Rio Grande do Norte”, afirma.

ÍNDICE GLOBAL DE INOVAÇÃO

O IBID foi desenvolvido com base na metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Publicado desde 2007, o IGI é o indicador global de referência no tema, classificando 132 países a partir de suas potencialidades e gargalos.

Na edição mais recente, em 2023, o Brasil ocupou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira posição no ranking regional (América Latina e Caribe), subindo cinco colocações em relação ao ano anterior.

Medido por um número que varia de 0 a 1, o IBID é um índice sintético que agrega 74 indicadores estatísticos coletados junto a fontes oficiais e/ou disponíveis publicamente, os quais são distribuídos em sete pilares (instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa).

Esses pilares subdividem-se em 21 dimensões, como crédito, investimentos, educação, ambiente regulatório, sustentabilidade, criação de conhecimento, ativos intangíveis, entre outros.

Dessa maneira, o IBID permite identificar – dentro de cada um de seus pilares de inovação e dimensões associadas – quais são as potencialidades e desafios de cada estado e região do Brasil, bem como os diferentes fatores que influenciaram a sua classificação nos diversos rankings para cada tema analisado.

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