A candidata a prefeita Natália Bonavides (PT) se pronunciou nesta sexta-feira 18, sobre o suposto caso de assédio eleitoral envolvendo o ex-diretor técnico da Agência Reguladora de Saneamento Básico de Natal (Arsban) Victor Diógenes. Cunhado do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), Victor teria cobrado votos dos funcionários comissionados e terceirizados em Paulinho Freire (União Brasil). Gravações de áudios dos assédios foram entregues ao Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte (MPT-RN), que investiga o caso.
Natália afirmou que este não é um caso isolado dentro da Prefeitura Municipal. “Mais um escândalo de denúncia de crime cometido pela gestão de Álvaro Dias para tentar beneficiar seu candidato Paulinho Freire. Saiu na CNN, com gravação de áudio e tudo. Isso é um absurdo, é criminoso. A gente está recebendo todo dia esse tipo de denúncia, a gente sabe muito bem que não é um caso isolado em um lugar ou outro. Se você está sabendo de algum caso como esse, denuncia”, disse.
A candidata destacou o fato de a campanha eleitoral adversária ter acionado a Justiça Eleitoral para retirar do ar o site criado por sua campanha para denúncias de tentativas de compras de votos e assédio eleitoral em Natal. Natália disse ainda que “assédio eleitoral é crime e não aceitaremos esse nível de campanha suja”, ressaltando que o voto é secreto e que não há como saber em quem o eleitor vota.
“O ex-diretor da Arsban estava reunindo funcionários e terceirizados dentro do próprio órgão, para ameaçá-los de que, quem não fosse para as reuniões de Paulinho e eventos de campanha, ia ser demitido. Inclusive, cada vez fica mais explicado porque a campanha de Paulinho Freire entrou na Justiça para tentar tirar do ar o site que a gente lançou para as pessoas fazerem denúncia de compra de votos, denúncia de assédio eleitoral”, ressaltou ela.
Exonerado. Victor Diógenes foi exonerado nesta semana após ser acusado de assédio eleitoral. O caso foi revelado nesta quinta-feira 17 pela CNN Brasil., que teve acesso ao conteúdo do áudio entregue ao MPT-RN e captado por um dos servidores que afirma ter participado de reuniões na qual o ex-diretor da Arsban teria ameaçado de demissão quem não votasse em Paulinho.
“Isso aqui não é assédio moral e nem assédio político, mas a gente tem que ter ciência do que está fazendo, porque, se alguém tiver um posicionamento diferente, já avise. Vai ter que colocar o cargo à disposição, porque, senão, vai sobrar para mim. Se eu não consigo liderar ou coordenar quem trabalha comigo, então não estou apto a desempenhar essa função”, teria declarado Diógenes, segundo o áudio.
Uma edição extra do Diário Oficial do Município (DOM) de terça-feira 15, trouxe a exoneração de Victor. Em nota, a prefeitura afirmou: “A gestão municipal reafirma que respeita o posicionamento político individual de seus servidores e não abre mão da ética e o respeito às leis”.
AgoraRN