A vereadora Brisa Bracchi (PT), que defende o uso medicinal da Cannabis sativa, participou da Marcha da Maconha realizada em Natal no último sábado 9. Brisa tem defendido que a marcha desempenha um papel importante na luta contra a PEC 45, mais conhecida como PEC das Drogas. Segundo Brisa, a cannabis medicinal tem salvado muitas vidas, sendo utilizado para o tratamento de várias doenças em outros países.
“Saímos às ruas de Natal em um ato contra o preconceito e o conservadorismo cego que insiste em travar uma luta sem sentido contra uma planta. Desde que repercutiu a minha participação Marcha, uma onda de comentários odiosos e até criminosos foram direcionados a mim”, disse.
No perfil oficial da Marcha da Maconha em Natal, há a informação de que a PEC 45 busca aumentar as penas e não tratar o problema como uma questão de saúde pública. Conforme o perfil, a proposta é “originada em um contexto de crescente criminalização do uso de substâncias”.
“A proposta busca endurecer as penas e expandir o controle estatal sobre usuários, em vez de tratar a questão como um problema de saúde pública. Essa abordagem punitiva ignora evidências de que a criminalização não reduz o consumo de drogas, mas agrava a marginalização e a exclusão social”.
A organização do evento informou que “em vez de promover tratamento e prevenção, a PEC favorece o aumento das prisões, perpetuando ciclos de violência e sofrimento nas comunidades mais vulneráveis. A verdadeira solução deve ser uma política baseada em cuidado e educação, não em punição. A sociedade precisa urgentemente de alternativas que priorizem a saúde e o bem-estar, em vez de simplesmente encher as cadeias”.
“Maconha medicinal salva vidas”, afirma vereadora
Após a repercussão negativa do movimento na internet, Brisa Bracchi publicou um vídeo em seu Instagram com um relato de uma família que fez uso da cannabis medicinal, retirado do livro “As Flores do Bem”, de Sidarta Ribeiro, um dos principais pesquisadores do País no tema. A vereadora fez uma leitura rápida do texto.
“Clarinha tinha risco de morte súbita. Até seus 11 anos, eu nunca a tinha visto transpirar de verdade, o que não dava equilíbrio à temperatura do corpo e desencandeava mais crises convulsivas severas… A cognição de Clarinha era comprometida. Ela tinha dificuldade de coordenação motora, falta de equilíbrio, marcha prejudicada. Quando começou o tratamento, aos 10 anos, Clarinha não conseguia correr, pular, subir escadas, nem conversar”, leu.
Brisa explicou que, em 2013, a mãe da criança conheceu o tratamento com a cannabis medicinal pela internet. “Ela se organizou com outras mães e conseguiu uma portadora internacional. Clarinha tomou as primeiras gotas em 26 de abril de 2014. E logo de partida ela ficou 11 dias sem ter crise nenhuma”, explicou.
Segundo Brisa, a mãe de Clara recebeu uma oferta de fornecimento grátis de óleo de maconha, por parte de uma rede secreta de cultivadores do Rio de Janeiro, que se solidarizou com a condição da sua filha. Após quatro meses de uso do óleo, a menina deu os primeiros sinais de melhorias. “Após oito meses de uso, foi muito visível a melhora no equilíbrio”, disse.
AgoraRN