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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na segunda-feira 11 que o chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez uma “reflexão sábia” ao afirmar que não pode questionar a Suprema Corte da Venezuela.

“Estive vendo [as declarações de Lula] nesta manhã, achei muito bom. Concordo com Lula. Cada país tem que buscar a maneira de resolver seus assuntos, seus conflitos, seus problemas. O Brasil com suas instituições e sua dinâmica nacional, soberana e a Venezuela com nossas instituições e nossa dinâmica também soberana”, expressou o chavista.

Maduro disse considerar que a fala do presidente brasileiro foi “sábia”. “Acho que foi uma reflexão sábia de Lula, poderia dizer: ponto a favor do Lula”, elogiou.

As declarações do presidente venezuelano se referem à entrevista veiculada neste domingo pela RedeTV, na qual Lula afirmou não poder questionar o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, que ratificou a suposta vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.

“Eu não tenho o direito de ficar questionando a Suprema Corte de outro país, porque eu não quero que nenhum país fique questionando a minha Suprema Corte, mesmo quando ela erra. Mesmo quando ela faz como fez comigo de não deixar eu ser candidato em 2018”, expressou o presidente brasileiro.

Na entrevista, Lula também pontuou que “Maduro é um problema da Venezuela, não do Brasil”.

Ele citou a nota conjunta com a Colômbia, na qual ambos os países afirmaram que a credibilidade do processo eleitoral venezuelano somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados detalhados e verificáveis.

“Ele [Maduro] deveria ter mandado a nota para o Conselho Nacional Eleitoral que foi criado por ele próprio (…) ele não mostrou, foi direto para a Suprema Corte”, comentou.

“Eu quero que a Venezuela viva bem, que eles cuidem do povo com dignidade, e eu vou cuidar do Brasil. O Maduro cuida deles, o povo venezuelano cuida do Maduro, eu cuido do Brasil e vamos seguir em frente”, completou Lula.

As declarações de Maduro em aprovação à postura de Lula sobre a Venezuela acontecem depois de uma crise diplomática entre os países — o Brasil vetou a entrada do país vizinho nos Brics, o bloco de nações emergentes.

Após diversas declarações de autoridades venezuelanas com acusações contra o Itamaraty e Celso Amorim, assessor especial de Lula para assuntos internacionais, a Polícia Nacional Bolivariana publicou em suas redes sociais uma montagem com uma imagem borrada do petista, em frente à bandeira brasileira, com a afirmação “quem se mete com a Venezuela se dá mal”.

Após a publicação, o Itamaraty, que estava evitando responder às provocações de Maduro e de seu gabinete, afirmou em nota que o governo brasileiro considerou “ofensivas” as manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos símbolos nacionais.

A nota do Ministério das Relações Exteriores brasileiro destaca que o governo do país vizinho optou por “ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos”, e que as ações da Venezuela não correspondem à “forma respeitosa” com que o Brasil trata o país e os venezuelanos.

AgoraRN

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