O vereador Robério Paulino (Psol) afirmou que a proposta do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) de destinar R$ 61 milhões em subsídios às empresas de transporte público de Natal, em especial ao Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Seturn), é um “completo absurdo”. Ele classificou a medida como “presente de Natal” para o Seturn e disse que o valor milionário não se justifica diante da “péssima qualidade do serviço prestado”.
“Não é subsídio, é doação. A passagem em Natal já é muito cara dada a péssima qualidade do serviço prestado à população. O que chamam de tarifa técnica, ou seja, o que as empresas recebem, está em R$ 4,95. A tarifa para os passageiros custa R$ 4,50. A diferença a Prefeitura já cobre hoje, como subsídio”.
Robério frisou que, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), o valor da tarifa técnica já está acima do recomendado, uma vez que o valor correto deveria estar em torno de R$ 4,85 a R$ 4,87. “O TCE apontou que esse valor já está acima do que deveria ser pago. Isso significa que o subsídio já é mais que suficiente para cobrir os custos das empresas, que operam com ônibus velhos e sucateados”, declarou.
A frota de ônibus de Natal é, segundo o vereador, composta principalmente por veículos antigos e inadequados.
“A frota é, em sua maioria, velha, com ônibus de piso alto, motor dianteiro, barulhentos e quentes, porque não têm ar-condicionado”, disse. E sugeriu que o valor fosse utilizado em áreas mais urgentes, como saúde e educação. “Por que não pegar esses R$ 61 milhões e investir nas escolas, que estão sucateadas, ou nas unidades básicas de saúde, que tanto precisam? Isso é uma vergonha”, afirmou.
REDISCUTIR PAPEL MILITAR. Robério Paulino defendeu um debate amplo sobre o papel das Forças Armadas no Brasil, após reportagem da Rede Globo que detalhou o planejamento de um golpe de Estado no país após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser derrotado nas urnas em 2022.
“Era um esquema armado para suprimir a democracia, que envolvia Bolsonaro e generais como Heleno e Braga Netto, além de outros comandantes das Forças Armadas e que incluía assassinatos. Não era apenas um golpe, era um atentado contra as principais autoridades do país, tudo isso em nome de uma suposta ‘defesa do país’. O papel das Forças Armadas deve ser limitado à defesa externa, e não à tutela da democracia”, enfatizou.
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