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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante sessão do Parlamento Europeu, em Strasbourg, na França
27/11/2024
REUTERS/Yves Herman
© Reuters/Yves Herman/proibida a reprodução

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai nesta quinta-feira (5) com o objetivo de finalizar um acordo comercial há muito aguardado entre a União Europeia e o bloco sul-americano Mercosul.

“A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está no horizonte. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas”, disse von der Leyen em uma publicação no X.

Também em publicação no X, o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, deu as boas-vindas a Von der Leyen à região e afirmou que “Mercosul e União Europeia nunca estiveram tão próximos”.

“A integração dos nossos mercados e a reafirmação dos nossos compromissos democráticos nos fará chegar mais longe juntos!”, escreveu.

Welcome, President @vonderleyen!

Mercosur and the European Union have never been so close.

Our markets integration and the reaffirmation of our democratic commitments will take us further together! 🇧🇷 🇪🇺 https://t.co/Q26ryIunq2

Os países do Mercosul se reunirão em Montevidéu nesta quinta-feira, em meio a sinais de que o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai usará o evento para anunciar a conclusão do acordo comercial, que seria o maior fechado pela UE em termos de redução de tarifas.

Três fontes envolvidas nas negociações disseram que o acordo foi fechado e que será anunciado na sexta-feira (6) pelos chefes de Estado do Mercosul e por Von der Leyen, depois que ambos os lados conseguiram resolver os detalhes finais sobre questões ambientais e compras governamentais.

“Tudo correu como esperávamos. Chegamos a um acordo que foi suficiente para ambos os lados”, disse uma fonte sul-americana envolvida nas negociações que pediu para não ser identificada, pois o acordo ainda não é público.

Von der Leyen, que está no início de seu segundo mandato, enfrenta oposição ao acordo dentro do bloco europeu.

Agricultores europeus têm protestado repetidamente contra o acordo, alegando que ele levará a importações baratas de commodities sul-americanas, principalmente carne bovina, que não estaria sujeita aos mesmos padrões de segurança alimentar e ecológica da UE.

A França tem sido a crítica mais veemente do acordo proposto.

Embora distraído por uma crise política após o colapso do governo do primeiro-ministro Michel Barnier, o gabinete do presidente Emmanuel Macron emitiu uma declaração nesta quinta-feira dizendo que o acordo é “inaceitável”.

No entanto, outros membros da UE, como a Alemanha, insistem que o acordo é vital para o bloco, que busca diversificar seu comércio após o quase fechamento do mercado russo e o desconforto com sua dependência da China.

Eles também veem o Mercosul como uma fonte potencialmente confiável de minerais essenciais, como o lítio, necessários para sua transição energética.

Os países da UE como um todo e o Parlamento Europeu teriam que aprovar qualquer acordo comercial finalizado.

Os negociadores sul-americanos continuam otimistas de que a UE acabará dando sua aprovação e que a França não conseguirá reunir uma minoria para bloquear o acordo.

“A UE teve um mandato para negociá-lo nos últimos 20 anos. A ratificação é outro processo; mais tarde, eles mesmos terão que trabalhar nisso”, disse uma das fontes.

*É proibida a reprodução deste conteúdo

Agência Brasil

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