A oposição da Coreia do Sul agendou para este sábado (12) a votação no Parlamento de uma segunda moção de destituição do presidente Yoon Suk–yeol, disse hoje um porta-voz do Partido Democrático.
Agora de manhã, uma unidade especial de investigação da polícia da Coreia do Sul disse ter efetuado buscas na sede da polícia e no gabinete do presidente.
“A equipe especial de investigação fez busca no gabinete presidencial, na agência de polícia [sul-coreana], na agência de polícia metropolitana de Seul e no Departamento de Segurança da Assembleia Nacional”, uma semana depois de Yoon Suk-yeol ter imposto a lei marcial no país, informou a unidade às agências de notícias.
As buscas foram anunciadas horas depois de os dois principais chefes da polícia terem sido detidos pelo papel na breve imposição da lei marcial na semana passada.
As forças de segurança sul-coreanas disseram que o comissário-geral da agência de polícia sul-coreana, Cho Ji-ho, e o chefe da agência de polícia metropolitana de Seul, Kim Bong-sik, estavam detidos na esquadra de Namdaemun, na capital.
Os dois dirigentes policiais estão a ser investigados pelo papel no envio de forças policiais para a Assembleia Nacional, numa tentativa de impedir os deputados de entrar no parlamento para suspender a lei marcial, anunciada abruptamente na noite de 03 de dezembro.
No sábado passado, o conservador Yoon escapou por pouco de uma primeira tentativa. O Partido Popular do Povo (PPP), no poder, boicotou e invalidou a votação por falta de quórum.
Mais tarde, o partido disse que, em troca do bloqueio da moção, tinha obtido a promessa de que Yoon ia se retirar para deixar o governo ao PPP e ao primeiro-ministro.
A oposição acusou o PPP de um “segundo golpe” de Estado.
O Gabinete de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários, conhecido como CIO, informou que vai solicitar a detenção e prisão de Yoon assim que estiverem estabelecidas as condições necessárias.
“Estamos conduzindo uma investigação completa e vamos analisar a questão da prisão”, disse o presidente do CIO, Oh Dong-woon, durante reunião de comissão parlamentar, acrescentando que há procedimentos a seguir primeiro.
Os procuradores têm até 20 dias para decidir se acusam Yoon ou não. A condenação por rebelião pode implicar pena de morte.
O ex-ministro da Defesa da Coreia do Sul Kim Yong–hyun tentou cometer suicídio e encontra-se em estado estável, disseram as autoridades de Seul.
O comissário-geral do Serviço Correcional da Coreia, Shin Yong–hae, informou aos deputados que Kim tentou se matar num centro de detenção na capital, pouco antes de ser detido.
Após a tentativa de suicídio, Kim foi colocado numa cela especial e não corre perigo de morte, acrescentou Shin.
Os procuradores interrogaram Kim três vezes desde a detenção inicial, no domingo (8), depois de ter comparecido voluntariamente para responder na investigação.
O Tribunal Distrital Central de Seul tinha aprovado mandado de prisão contra ele, acusado de rebelião e abuso de poder.
A lei marcial, a primeira em mais de 40 anos, durou cerca de seis horas, mas desencadeou uma crise política e grandes protestos populares.
O presidente sul-coreano e aliados são alvos de investigações criminais e tentativas de destituição.
O ex-ministro da Defesa é acusado de ter recomendado a lei marcial a Yoon e de ter enviado tropas para a Assembleia Nacional para impedir os deputados de votarem.
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Agência Brasil