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O Blog Sidney Silva pede licença a jornalista Thaisa Galvão para replicar um artigo de sua autoria publicado em seu blog. O tema é, a falta de água em Caicó e nas cidades do interior do Rio Grande do Norte. Sem mais, leiam:

Por Thaisa Galvão – Assistir ao drama vivido pelas populações de cidades castigadas pela seca no Rio Grande do Norte, é voltar no tempo e assistir a filmes passados em telas improvisadas em salas de cinema de cidades do interior de antigamente, onde as pessoas chegavam até a levar cadeiras de casa para acompanhar a saga de Teixeirinha, os clássicos de Tarzan…

Tão antiga a questão da seca, quanto os mandatos de muitos políticos brasileiros, que já lamberam muito os beiços comemorando eleições prometendo àquele povo sem internet e sem televisão, que naquele ano a água iria chegar.

E os anos passaram, a saga de Teixeirinha e suas 7 provas caíram de moda, os clássicos de Tarzan perderam a graça…mas a desgraça nos sertões do Brasil continuou rendendo festa e pajelança a muitos que hoje enfrentam problemas bem mais graves do que a falta de um copo de água potável. Retrato de Brasil, e principalmente de Nordeste.

A seca de 1912 se repetiu em 1915, em mil novecentos e vôtes, 2 mil, 2010…e perdura até hoje.

Os projetos que custaram dinheiro público e nunca foram realizados – só renderam votos – se repetem. Com uma diferença: hoje o povo vê, sabe, acompanha, tira conclusões.

Não dá mais para ganhar votos com a desgraça do homem do campo, crente em Deus e nos seus políticos, de que a seca seria uma página virada, até que a próxima eleição chegasse, e as promessas continuassem…

Assistir cidades importantes do Rio Grande do Norte como Caicó ficar sem água, é voltar no tempo e fazer cair a ficha de que os políticos tão acreditados pelo sertanejo honesto, nunca lhe fizeram valer o voto. Nunca foram fiéis à sua confiança.

Antes das barragens do governador Geraldo Melo e das adutoras construídas pelos governadores Garibaldi Filho e Wilma de Faria, haviam as promessas fajutas do milagre da transposição do São Francisco, por exemplo. Virou folclore, e mais de 50 anos depois, continua a passos lentos, prometendo, prometendo… O que a transposição conseguiu até agora foi produzir fotos bonitas em palanques montados em canteiros de obras superfaturados e com editais renovados… Em vez de desviar água para localidades mais sofridas, o que muito se desviou foi dinheiro público. A transposição rendeu muitas eleições.

Foi muito dinheiro tirado da cisterna do trabalhador em forma de doação legal para governadores, deputados, senadores, presidentes da República.

Ver Caicó e cidades do Seridó hoje sem água, é constatar o quanto o voto de cada eleitor não valeu de nada. São décadas de promessas e nenhuma solução. O filme de hoje só pode ter um nome: Vergonha.

Tomara que os carros-pipa que hoje invadem Caicó, transformando a cidade em cenário de filme antigo, faça o povo refletir, e chegar à conclusão que nada disso deveria estar acontecendo. Porque nunca faltou dinheiro para encontrar soluções.

O que falta hoje para os sertanejos é água, mas para muitos dos nossos políticos, é vergonha na cara.

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