A Justiça federal em Brasília proibiu nesta quinta-feira (25) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sair país, determinando a apreensão do passaporte do petista. Com viagem marcada para esta sexta-feira (26), Lula embarcaria para a Etiópia, na África, onde participaria de um evento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A decisão proclamada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) em uma ação penal aberta a partir da Operação Zelotes. Lula é investigado por tráfico de influência na compra de caças suecos para a Força Aérea Brasileira (FAB). A determinação da Justiça já chegou a Polícia Federal, que realizará a apreensão do documento do ex-presidente.
Na quarta-feira (24), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região condenou, por decisão unânime, o ex-presidente pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Além disso, os desembargadores Leandro Paulsen, revisor do processo, João Pedro Gebran Neto, relator do caso, e Victor Laus votaram pelo aumento da pena do petista de nove para 12 anos e um mês de reclusão.
O caso em questão é o do apartamento triplex, na cidade de Guarujá, no litoral paulista. O imóvel atribuído a Lula, segundo o Ministério Público Federal (MPF), seria fruto de um esquema de corrupção entre o ex-presidente e a empreiteira OAS. Lula, de acordo com as investigações, teria recebido um total de R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas.
De acordo com os desembargadores, há provas que indicam a participação de Lula em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobras. Além disso, também é inequívoca a documentação que confirma os atos ilícitos na compra e reforma do apartamento triplex, na cidade de Guarujá, litoral de São Paulo.