O ex-presidente Lula não vai poder participar de sabatinas, entrevistas, gravação de programas eleitorais e tão pouco da convenção nacional do PT.
A defesa de Lula e o partido pretendiam conseguir autorização da Justiça para que o ex-presidente participasse de eventos políticos na corrida eleitoral.
No entanto, a juíza substituta Carolina Moura Lebbos, da Justiça Federal de Curitiba, negou os pedidos do petista.
A juíza rejeitou quatro pedidos de entrevistas e a eventual participação de Lula na convenção do partido. Além disso,
Carolina Lebbos negou que fosse montada infraestrutura para gravação de vídeos na Superintendência da Polícia Federal, de Curitiba, onde Lula está preso.
O PT esperava montar um set de gravações no local para que Lula pudesse gravar vídeos eleitorais.
Em seu despacho, a juíza disse que o direito de Lula de se comunicar com o mundo exterior está assegurado por meio de cartas e visitas.
Ela lembrou ainda que a Lei de Execução Penal não permite que os presos do regime fechado, como Lula, saiam da prisão e, tampouco, participem de entrevistas, debates e convenções partidárias.
No último domingo, o também juiz plantonista do TRF-4, Rogério Favreto, tentou libertar Lula. Ele acatou pedido da defesa e, por meio de liminar, ordenou a soltura do petista.
O episódio se transformou em uma guerra jurídica que se estendeu durante aquele dia. A batalha terminou com a decisão do presidente do TRF4, desembargador Thompson Flores, de manter Lula na cadeia.
Para o analista de riscos políticos, Paulo Krammer, a manobra do desembargador Favreto foi uma tentativa frustrada de viabilizar a candidatura de Lula e de fortalecer o PT na corrida ao Planalto.
“É uma tentativa de manter à tona a sua, quer dizer, do Lula e do partido, estratégia de sobrevivência. Eu acho que não deu certo. Essa decisão que acabou sendo tomada pelo presidente do TRF4, desembargador Thompson Flores, ela só serviu para, se alguém ainda tinha dúvida, mostrar para todo mundo que Lula não tem condições de concorrer e não concorrerá”.