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O grande número de policiais militares que tiraram a própria vida nos últimos anos ligou o sinal de alerta da cúpula da Polícia Militar de São Paulo. A corporação lançou um manual de prevenção às manifestações suicidas para os seus agentes. Só em 2021, foram 34 suicídios no estado, o que dá uma média de um caso a cada 11 dias.

Entre 2015 e 2020, 137 policiais militares que estavam na ativa cometeram suicídio, de acordo com o Comando da corporação, o que gera média de 22,8 ocorrências por ano. Outros 4.729 foram afastados por causa de problemas psicológicos no mesmo período. Hoje a Polícia Militar tem 176 PMs afastados pela psiquiatria.

No Brasil, são mais de 11 mil casos de suicídio por ano na sociedade, segundo dados do Ministério da Saúde. A taxa nacional em 2018 foi de 6,3 por 100 mil habitantes. De acordo com relatório da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, na PM, no biênio 2017/2018 a média foi de 21,7 por ano, considerando um efetivo de 83 mil policiais. Comparando com a média da sociedade, os policiais se suicidaram três vezes mais.

O aumento dos casos de suicídio entre os agentes contrasta com a diminuição no número de PMs mortos durante a folga e em serviço no ano passado.

A cartilha conta com 38 páginas. Ela teve a coordenação do major Mario Kitswa, que também é psicólogo e que está há 27 anos na corporação. O lançamento foi em abril de 2021, mas a entrega física será feita neste ano. Há atualização na versão, já que foi instituído um novo Núcleo de Apoio Psicológico nesse período. Na versão deve constar um número de WhatsApp para o contato com a clínica psicológica.

Segundo o major, o suicídio é entendido como um fenômeno complexo, multifatorial, multicausal. Uma série de circunstâncias estão envolvidas nesse fenômeno. A ideia do manual é orientar os policiais sobre como identificar quando um colega precisa se ajuda e como agir ao se deparar com conversas suicidas.

“Esse manual, assim como campanhas que nós fazemos, com palestras, para a introdução desses assuntos no fluxo de informação, tem como condão servir como orientação. A ideia é relativamente simples, mas com as indicações dos principais fatores de risco, de proteção, e algumas orientações básicas para quando o policial militar fizer a leitura entender um pouco mais a forma de abordar alguém em uma condição como essa”, diz o major.

Da Folha

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