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Júri simulado aconteceu na cidade de Ceará-Mirim

Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938) entrou para a história brasileira por liderar um bando de cangaceiros que percorreu e aterrorizou populações dos estados do Nordeste, na primeira metade do Século 20. Conhecido popularmente como “Lampião”, promoveu uma série de saques e outros delitos pelo sertão, por 16 anos. Ele, agora, voltou a ser pauta de júri popular, na manhã desta terça-feira (28/3), em uma cidade potiguar. Definí-lo como inocente ou culpado é o objetivo da atividade, que tem à frente a magistrada Niedja Fernandes, da 3ª Vara da Comarca de Ceará-Mirim.

Desta vez, trata-se de um conselho de sentença simulado, cujos jurados são estudantes do Colégio SELM, localizado na Rua General João Varela, no Centro do município de Ceará-Mirim, região metropolitana de Natal. Os alunos com apoio do Poder Judiciário, mais especificamente da estrutura física do Fórum Desembargador Virgílio Dantas, realizam o julgamento fictício.

A juíza Niedja Fernandes ressalta que esta é a primeira vez que um projeto como esse acontece na unidade judiciária e que deve se tornar contínuo. “Antes, nenhuma escola havia nos procurado, nesse sentido. Acredito que a intenção é fazer todos os anos”, antecipa a magistrada, ao ressaltar que o Poder Judiciário foi procurado pela instituição de ensino, mas que não interfere no desenvolvimento do “júri”.

Apenas explicamos como funciona um júri popular”, esclarece a titular da unidade judiciária, que também preside as sessões de júris realizadas no Fórum da cidade.  “Interessante a iniciativa da escola no projeto desenvolvido e concretizado, hoje aqui, no Fórum da Comarca de Ceará-Mirim, pois permite que os estudantes conheçam, na prática, como funciona a Sessão do Tribunal do Júri”, comenta a magistrada, ao destacar que, na Sessão do Tribunal do Júri atuam serventuários da Justiça, magistrados, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, advogados e policiais penais.

Estudo da história republicana

Segundo os coordenadores da instituição de ensino, a iniciativa faz parte da disciplina de História, no estudo sobre a Primeira República no Brasil, período que vai de 1889 a 1930, com alunos do 9º ano do ensino fundamental.

Conforme os docentes, a meta é compreender até que ponto Lampião pode ser visto como um símbolo de resistência – mesmo que de forma abusiva – ao lutar, com o seu bando – fenômeno social da história, contra as formas de exploração do seu tempo.

O corpo de educadores da escola pontua, ainda, que serão avaliados aspectos técnicos como poder de convencimento, timbre de voz e desenvoltura, bem como elementos que favoreçam a adoção de diversos pontos de vista e a compreensão que tal período do cangaço influenciou as artes, a culinária, o cinema, bem como o teatro e a moda.

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