O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Danilo Forte (União Brasil-CE), afirmou nesta sexta-feira 15 ter “dó” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, porque, na visão dele, é “quase impossível” zerar o déficit das contas públicas no ano que vem.
O chefe da equipe econômica enviou ao Congresso uma série de medidas para aumentar a arrecadação do governo e, dessa forma, cumprir a meta estabelecida; mas parte do pacote, de R$ 168 bilhões em receitas extras, enfrenta resistência entre parlamentares. “Estamos chegando em um momento difícil de insolvência, até do ponto de vista fiscal.
Uma pessoa que tenho dó no Brasil é o Haddad, porque faz discurso de meta fiscal zero, mas todos sabem que é quase impossível meta fiscal zero diante de uma situação econômica difícil, e ainda mais com essa quantidade enorme de gastos públicos”, disse Forte, durante uma audiência pública sobre a LDO na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O deputado do União Brasil disse que é difícil a Câmara embarcar em uma agenda de aumento de impostos. Uma das medidas enviadas por Haddad é a taxação das chamadas offshores, recursos que brasileiros mantêm em paraísos fiscais. O pacote da Fazenda também alcança os super-ricos, com mudanças da tributação dos fundos exclusivos.
“Não se pode sair arbitrando aumento de impostos sobre pessoa jurídica porque essas já estão muito penalizadas. O Brasil tem perdido competitividade internacional de forma muito rápida”, criticou o relator da LDO. “O governo está em um desespero para arrecadar e elevar impostos de qualquer jeito para aumentar receita. Mas é muito difícil a Câmara, que é reformista e conservadora em termos econômicos, embarcar nessa agenda”, emendou.
AgoraRN