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Papa Francisco no Vaticano
© Reuters/Yara Nardi/Direitos Reservado

Papa Francisco no Vaticano
© Reuters/Yara Nardi/Direitos Reservado

O papa Francisco chega nesta sexta-feira (22) a Marselha para uma visita de dois dias, dedicada ao desafio da migração e ao drama dos naufrágios no Mediterrâneo. “A migração deve ser uma escolha livre” é a mensagem que deverá fazer à União Europeia, no próximo domingo (24), pela passagem do 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, no momento em que os países europeus tentam travar os fluxos migratórios e fechar as fronteiras.

Marselha recebe a visita do papa nos próximos dois dias. Não se trata de uma visita de Estado à França, mas a Marselha, para participar dos “Encontros do Mediterrâneo”, evento que reunirá bispos e jovens católicos de todas as margens do Mediterrâneo, organizado pela Conferência Episcopal Italiana.

Trata-se de visita histórica à segunda maior cidade francesa – onde convivem diversas comunidades e religiões. O ue, de acordo com o que tem defendido desde o início do seu pontificado, em 2013.

Na missa do último domingo, no Vaticano, Francisco pediu orações pela viagem, que visa “promover percursos de paz, de colaboração e de integração, em volta do “Mare Nostrum”.

A viagem do papa Francisco ocorre poucos dias depois da chegada de milhares de migrantes à ilha italiana de Lampedusa, a 150 quilômetros da costa tunisiana, o que levou a União Europeia a adotar um plano de emergência para ajudar Roma a gerir os fluxos migratórios provenientes do Norte da África.

O ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, afirmou recentemente que “a França não acolherá os migrantes de Lampedusa, exceto refugiados políticos”, em entrevista ao canal francês TF1.”Não é acolhendo mais pessoas que vamos conter um fluxo que, evidentemente, afeta nossa capacidade de integração”, afirmou Darmanin, em mensagem. 

A Rota do Mediterrâneo é considerada a mais perigosa do mundo, mais de 28 mil pessoas desapareceram nas suas águas desde 2014, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). O papa lamenta regularmente que se trata do “maior cemitério do mundo”.

Nesta sexta-feira, ao chegar ao aeroporto de Marselha, o líder religioso será recebido pela primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, e seguirá para a Basílica de Notre-Dame de la Garde para uma oração inter-religiosa e uma homenagem aos migrantes desaparecidos no Mediterrâneo.

Amanhã, está prevista missa no estádio Orange Vélodrome, onde são esperadas cerca de 60 mil pessoas mil pessoas, e um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, apesar de não ser uma visita de Estado.

A viagem do papa Francisco, de 86 anos, a Marselha é sua 44ª visita ao estrangeiro. Ele afirmou, no início de setembro, que viajar “já não é tão fácil como antes”. 

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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