A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) apresentou, na manhã desta quarta-feira 27, o novo fluxo da Linha de Cuidado de Acidente Vascular Cerebral (AVC) do Rio Grande do Norte. O objetivo é ampliar e qualificar o atendimento à população, além de nortear os municípios e os hospitais regionais dentro da Rede de Urgência e Emergência do estado.
A linha de cuidado busca, principalmente, diminuir os índices de mortalidade de pacientes por AVC no estado. Segundo dados do DataSUS, em 2022 o RN registrou 2.606 internações e 401 óbitos por AVC, sendo 1.582 internações e 210 óbitos ocorridos no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), que ao lado do Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, é a principal referência para atendimento ao paciente com AVC.
“Esse é um passo importante para toda a secretaria, mas é só o primeiro. Sabemos do quanto o AVC atinge as pessoas, incluindo nisso as famílias, e como é preciso melhorar sempre o atendimento. Essa nova linha vem para pensar não só o atendimento na ponta, mas todo o processo, incluindo a recuperação”, destacou a secretária-adjunta Leidiane Queiroz.
Com a nova linha de cuidado, além desses dois hospitais de referência, serão incluídos de retaguarda em hospitais que permitam avaliação do neurologista e realização de exames diagnósticos, como o Dr. José Pedro Bezerra, Geral João Machado e Central Coronel Pedro Germano.
“Todo o setor de atendimento ao AVC passará por reformas. Trazer uma linha inteira de cuidado para o hospital que já faz seis mil atendimentos e mil cirurgias por mês mostra o tamanho do desafio e da confiança na qualidade do Walfredo Gurgel”, pontuou Tadeu Alencar, diretor geral da unidade.
Também participaram do lançamento da linha de cuidado o superintendente do Ministério da Saúde no RN, Jalmir Simões; a representante do Conselho Municipal de Secretários de Saúde do RN, Terezinha Rego; Marcelo Amorim, da Sociedade Brasileira de Neurologia no RN; Fabrício Porto, neurologista do HCor; representantes das secretarias municipais de Saúde de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, além de diversos outros profissionais de saúde.
Informações
O AVC acontece quando os vasos que levam o sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a morte da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. A cada ano, 13,7 milhões de pessoas tem um AVC no mundo, 5,5 milhões morrem e, atualmente, existem 80 milhões de sobreviventes. Estudos indicam que uma em cada quatro pessoas terá a doença ao logo da vida e, durante um evento desse tipo, cerca de 1,9 milhões de neurônios morrem por minuto.
No Brasil, é a maior causa de mortalidade em 2023. O Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil registrou 114.511 óbitos por AVC em 2022, e o primeiro semestre de 2023 já soma 57.255 vítimas, equivalendo a 11 óbitos por hora.
Reconhecer os sinais do AVC é de fundamental importância para a procura imediata por um hospital preparado para o atendimento, de preferência acionando o SAMU, através do 192. A doença pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade, a qualquer hora e em qualquer lugar. Tempo é fundamental no reconhecimento dos sinais de alerta do AVC para que o paciente possa ter acesso a um rápido tratamento de urgência, o que diminui o risco de morte ou das sequelas.
AgoraRN