A partir de um diálogo entre o Padre Carlos Sávio e alguns pais de crianças atípicas, surgiu a ideia do projeto ‘Eu vou para a Missa’, que acontece na Paróquia de São José de Anchieta, no bairro de Lagoa Nova, em Natal. O principal objetivo é promover a inclusão, para que pessoas com deficiência (PCD) frequentem a igreja com maior acessibilidade no local e nas missas.
“Alguns pais de crianças atípicas me pediam uma celebração mais voltada para eles. Atendendo a esse pedido, fui pesquisar e percebi que em alguns lugares do Brasil já existia esse projeto, aí convidei alguns leigos da Paróquia, a fim de me ajudar a pensar como faria em nossa comunidade paroquial” explicou o Padre.
De acordo com o pároco, após o convite, juntaram-se ao projeto outros pais, alguns psicólogos, médicos, assistentes sociais e, depois de algumas reuniões e estudos, foi definida a realização do ‘Eu vou para a Missa’ todos os meses na paróquia.
Como a missa é organizada
Antes de cada celebração, existe uma preparação para receber as pessoas. O padre descreve que a organização inclui a confecção do jornal da missa em braile, ajustes na iluminação e um lugar de regulação para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que é um espaço dentro da paróquia com brinquedos e profissionais adequados para acolher e acalmar pessoas com autismo, caso aconteça alguma situação repentina que possa os deixar agitados. Já durante a missa, as músicas ficam em volume baixo e não há palmas.
“Eu me preparo para que a missa não seja demorada e para que a minha linguagem seja a mais compreensível possível. A acolhida é feita por pessoas com deficiência, os pais e profissionais que atuam nesta área nos ajudam a dar o melhor de nós. Tudo preparado e pensado nos mínimos detalhes para incluir e acolher a todos com carinho, cuidado e atenção”, relata o pároco.
Projetos de inclusão na paróquia
O padre conta, também, que através do projeto está sendo criada a pastoral para pessoas com deficiência na paróquia, pois a igreja possui como um dos pilares da evangelização a Pastoral da Acolhida. A Pastoral da Acolhida é um trabalho que acontece nas igrejas que visa acolher as pessoas, possibilitando que se sintam bem nas celebrações da igreja.
“Hoje existe em nossa igreja uma Pastoral da Acolhida com mais de 200 pessoas, a grande maioria são jovens que se sentem muito felizes em contribuir naquilo que se pede. Não tenho dúvida alguma que essa pastoral trará muitos frutos, como o Projeto ‘Eu vou para a Missa’”, disse Sávio.
Além da criação da pastoral para pessoas com deficiência, a paróquia busca ser inclusiva nos eventos desenvolvidos. No próximo dia 11 de novembro, por exemplo, vai acontecer a Corrida de Anchieta, na qual as inscrições estão abertas para que PCDs também participem.
AgoraRN