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Unidade que oferece serviços de saúde aos pacientes - Foto: José Aldenir / Agora RN
Unidade que oferece serviços de saúde aos pacientes - Foto: José Aldenir / Agora RN

As Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da Zona Norte de Natal, nos bairros Potengi e Pajuçara, enfrentam problemas na estrutura, acessibilidade e longas esperas para atendimento de acordo com os usuários. Segundo relatos à equipe de reportagem, enquanto a UPA do Pajuçara possui um fluxo de atendimento mais otimizado, pacientes alegam existir problemas na acessibilidade da unidade. Já na UPA do Potengi, usuários do serviço relatam longas esperas apenas para passar pela triagem. A equipe de reportagem do AGORA RN foi até as duas unidades e ouviu os relatos dos pacientes.

Na UPA do Pajuçara, Maria Florença, que acompanhava o filho, informou que o atendimento nesta sexta-feira, 19, acontecia de maneira rápida. “Assim que a gente chegou ele já foi atendido”, disse. Apesar do tempo otimizado para o atendimento, Wilson Martins, que também estava na unidade, relatou que o principal problema da UPA do Pajuçara não é a demora para o atendimento, mas a acessibilidade do local. Ele conta que o trecho onde os veículos param até a entrada da unidade é repleto de buracos e, somado a isso, a distância até a entrada da UPA se torna uma dificuldade para pacientes que estão em um estado grave ou para Pessoas com Deficiência (PCD). “Já caiu cadeirante aqui, às vezes as pessoas da parada ajudam”, disse Wilson.

De acordo com Wilson, além do acesso ser distante e a acessibilidade não ser boa, a parada de ônibus que existe na frente da unidade também atrapalha a chegada de veículos com os pacientes necessitando de atendimentos. “A acessibilidade é terrível aqui. Às vezes para dois ônibus aqui, aí quando vem uma pessoa em situação grave, a pessoa para lá atrás dos ônibus e tem que vir andando, com pessoas segurando, carregando, a maior dificuldade do mundo”, exemplificou.

UPA do Potengi: Pacientes aguardam longos períodos pela triagem

Na UPA do Potengi, a principal reclamação é a demora para a triagem. Grande parte dos pacientes que estavam no local ainda não tinham recebido a pulseira para a classificação de atendimento. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o acolhimento nas UPAS prioriza os atendimentos em virtude dos graus de urgência classificados em cores. Dessa forma, a classificação de atendimento segue a seguinte ordem: “Para os casos de emergência e risco de vida (identificados na cor vermelha) e casos urgentes (identificados na cor amarela) os atendimentos são realizados de uma forma mais rápida e tem prioridade nos atendimentos. Já as cores verde e azul identificam os casos de urgência menor, que podem levar um espaço maior de tempo para receber atendimento, a avaliação da consulta ambulatorial acontecer por ordem de chegada”.

Em entrevista ao AGORA RN, que chegou até a unidade do Potengi às 14h, a paciente Any Karina conta que estava aguardando para passar pela triagem desde às 11h da manhã. “Nem pela triagem eu não passei ainda. Desde às 11h eu estou aqui”, compartilhou Any.

A SMS informa que, neste início do ano, os dias com alta demanda nas UPAs são devido ao aumento de casos gripais leves, que são considerados menos urgentes nas unidades e, devido à classificação para o atendimento não ser emergencial, o atendimento pode demorar mais. “Registramos um aumento nos atendimentos nas primeiras semanas do ano, mas foram de casos gripais leves, que são considerados menos urgentes nas unidades e por isso o atendimento pode demorar um pouco mais”, informou a SMS.

Questionados nesta sexta-feira, 19, sobre a existência de medidas para diminuir o tempo de espera para atendimentos nas UPAs da Zona Norte e se o quadro de funcionários, os equipamentos e a estrutura das UPAs estão completos para comportar os atendimentos, a SMS não respondeu até o fechamento desta reportagem.

POSICIONAMENTO. Por meio da assessoria de comunicação, a SMS informa que o município passa por um momento de aumento de procura dos serviços de urgência e emergência por pacientes classificados nas cores azul e verde, que apresentam casos menos graves, como síndromes gripais, arboviroses (como dengue, Zika e Chikungunya), junto com outras patologias não urgentes e que 70% dos atendimentos não perfil de urgência de emergência. Ainda segundo a pasta, até o último dia 17 de janeiro, todas as quatro Unidades de Pronto Atendimento tiveram uma média de procura por atendimento equivalente por parte da população.

A SMS salienta que para atendimentos de casos menos graves como síndromes gripais, os usuários devem procurar atendimento nas unidades de saúde do município. A secretaria estuda também medidas para tornar menor o tempo de espera para os pacientes considerados menos graves que procuram os locais. Todas as unidades contam com todo o quadro de profissionais e equipamentos suficientes para os atendimentos dos munícipes de Natal. Ainda conforme a SMS, as UPAs localizadas no distrito Norte I e Norte II são equipamentos de porte tipo dois e contam com profissionais a mais do que o quantitativo definido pela portaria do Ministério da Saúde.

A SMS reforça também que o público que deve procurar os serviços das Unidades de Pronto Atendimento são pessoas que apresentem casos como de febre alta acima de 39ºC; fraturas e cortes com pouco sangramento; parada cardíaca; infarto (dor no peito); derrame (AVC); queda com torção e dor intensa ou suspeita de fratura; reação alérgica grave; mordida de animais; acidente de carro/moto; cólicas renais; falta de ar intensa; crises convulsivas; ferimento por arma de fogo ou objeto cortante; dores fortes no peito; vômito constante, queimaduras e tentativa de suicídio.

AgoraRN

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