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Faixa de Gaza. 15/11/2023  Soldados israelenses fazem exercício de treinamento em meio ao conflito em curso entre Israel e o grupo palestino Hamas. REUTERS/Evelyn Hockstein.JPG
© EVELYN HOCKSTEIN

Vinte e quatro soldados israelenses foram mortos no pior dia de perdas de Israel em Gaza, disseram as Forças Armadas nesta terça-feira (23). Ao mesmo tempo, afirmaram ter cercado a principal cidade do sul de Gaza e matado dezenas de combatentes palestinos em um grande ataque terrestre.

O porta-voz militar, contra-almirante Daniel Hagari, disse que 21 soldados foram mortos quando dois prédios que eles haviam minado para demolição explodiram depois que militantes dispararam contra um tanque próximo. Mais cedo, três soldados morreram em um ataque separado no sul de Gaza.

“Ontem, vivemos um dos dias mais difíceis desde o início da guerra”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Em nome de nossos heróis, pelo bem de nossas vidas, não pararemos de lutar até a vitória absoluta.”

As mortes ocorreram no momento em que as Forças de Defesa de Israel (IDF) atacavam partes de Khan Younis, a principal cidade no sul do enclave, que abriga centenas de milhares de palestinos que fugiram de áreas ao norte. Israel diz que a cidade é agora a principal base do Hamas, o grupo islâmico que governa Gaza.

“No último dia, as tropas da IDF realizaram extensa operação durante a qual cercaram Khan Younis e aprofundaram a operação. A área é um reduto importante da Brigada Khan Younis do Hamas”, disseram os militares.

“As tropas terrestres entraram em combate corpo a corpo, dirigiram ataques (aéreos) e usaram a inteligência para coordenar o fogo, resultando na eliminação de dezenas de integrantes do grupo radical.”

Os habitantes de Gaza dizem que as forças israelenses que avançam têm bloqueado e invadido hospitais na cidade lotada desde segunda-feira, deixando os feridos e mortos fora do alcance das equipes de resgate.

Os corpos estavam sendo enterrados no terreno do principal hospital de Khan Younis, Nasser, porque não era seguro sair para chegar ao cemitério. Outro hospital de Khan Younis, o Al-Khair, foi invadido por tropas israelenses que prenderam funcionários, e um terceiro, o Al-Amal, administrado pelo Crescente Vermelho Palestino, estava inacessível, de acordo com autoridades palestinas.

O Crescente Vermelho disse que um projétil de tanque atingiu sua sede no quarto andar do hospital, e as forças israelenses estavam disparando drones contra qualquer pessoa que se movesse nas proximidades, impossibilitando o envio de ambulâncias para toda a área de Khan Younis.

Segundo Israel, os combatentes do Hamas operam dentro e ao redor dos hospitais, o que os torna alvos legítimos. A equipe do hospital e o Hamas negam.

À medida que a notícia das perdas israelenses se espalhava por Gaza, os palestinos comemoravam o que consideravam uma vitória.

“A resistência disse que fará de Gaza um cemitério para a ocupação, e é isso que está acontecendo”, afirmou Abu Khaled, abrigado em uma escola em Deir al-Balah, uma das poucas áreas ainda não invadidas pelas forças israelenses, entre Khan Younis e a zona central, onde as tropas israelenses foram mortas.

“Quanto mais eles ficarem, mais nós sofreremos, com certeza, mas eles também sofrerão.”

Israel prometeu acabar com o Hamas, que jurou destruir Israel e enviou combatentes por meio da cerca da fronteira israelense em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e sequestrando aproximadamente 250 reféns, dos quais cerca de metade permanece em Gaza.

Desde então, foi confirmada a morte de pelo menos 25.490 habitantes de Gaza, de acordo com as autoridades palestinas, e teme-se que milhares de mortos estejam nos escombros de uma faixa costeira em grande parte destruída.

Quase todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza perderam suas casas, e a grande maioria agora está encurralada em pequenas cidades ao norte e ao sul de Khan Younis, muitos dormindo em barracas improvisadas, com falta de alimentos, remédios e água potável.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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